O Mestre
The Master – Paul Thomas Anderson – 2012 (nos melhores cinemas do país)
Se você descobrir um jeito de viver sem um mestre, qualquer mestre, certifique-se de deixar-nos a par disso, você será o primeiro na história da humanidade.
O PROCESSO
Quando se define o auge da carreira de um cineasta? E esse topo seria sobre o conteúdo ou sobre a forma? Qualquer discussão sobre isso é mera especulação. É só pegarmos a carreira de cineastas excepcionais e tentarmos rotular que a tarefa será ingrata e inapta.
O PRIMEIRO MESTRE
Desafio você leitor a encontrar um texto sobre o filme em que não cite a brilhante atuação de Joaquim Phoenix e seu inclassificável Freddie Quell. È espetacularmente assustador.
O MESTRE
Vou me posicionar ao contrário da maré. Quem carrega o filme é Philip Seymour Hoffman. O Mestre é um filme polêmico que PTA resolveu amenizar para não causar uma verdadeira perseguição religiosa, e acredite seria uma guerra (lembrem-se que ninguém queria produzir esse filme), entretanto o diretor californiano preferiu jogar nas costas de seu ator que mais confia toda a carga de suas verdadeiras intenções. Lancaster Dodd é sério, bonachão, inteligente, manipulador, seguro, raivoso, planejador, intuitivo, sereno e artístico, enquanto Freddie é só louco.
Baseado no fundador da cientologia L. Ron Hubbard, a personagem de Hoffman cativa todos os tipos de sentimentos em nós. E não poderia ser diferente, afinal um homem como Hubbard que criou uma seita com milhões de seguidores, tem em sua personalidade características tanto que o atraem como o repulsam. E é isso que fazemos o tempo todo na interpretação de Philip Seymour Hoffman.
O LIVRO 2
Filmando pela primeira vez sem seu parceiro Robert Elswit, e usando filme 65mm que há 16 anos não é utilizado, manipulando a mão para combinar com a edição digital, o resultado é soberbo. Juntando a trilha de Jonny Greenwood temos mais uma obra-prima, somando as outras três, Boogie Nights (1997), magnólia (1999) e Sangue Negro (2007). O Mestre é dividido nas interpretações masculinas, e é correto afirmar que é um filme de homens, mas duas pontuações devem ser feitas, ou melhor, serem relembradas. Amy Adams com suas cenas em que tenta controlar a loucura de Freddie e manter seu marido no terreno materialista do casamento enquanto lhe masturba. E Laura Dern numa quase ponta de 2 ou 3 cenas, como uma seguidora estudiosa e colaboradora. É dela a cena que melhor representa a crítica de PTA à cientologia.
Comentários
Estou curioso em relação a filmagem em 65mm