Milada

Milada - David Mrnka - 2017 (Netflix)

O comunismo matou mais de 120 milhões de pessoas no mundo, para se ter uma ideia o nazismo matou cerca de 6 milhões de judeus. E isso em contas posteriores porque é muito difícil obter dados desses regimes, mas hoje, em pleno século 21, convivemos perfeitamente bem com ele, são partidos políticos, um deles inclusive usa o nome, ideologias que seguem o pensamento do doutrinador-fundador Karl Marx, e ícones gráficos como o famoso foice e martelo (imagina ver a suástica - símbolo nazista - nas ruas em camisetas). Hoje, essa aberração chamada comunismo, é uma cultura entre nós, a pessoa nem se julga comunista, mas adquiriu pensamentos e atos comunistas intencionalmente repassados por Gramsci. 

Uma das explicações para essa aberração acontecer aqui no Brasil é a ignorância, não temos um Steven Spielberg com A Lista de Schindler (1993) mostrando os campos de concentração e trabalho forçado soviéticos como Kolimá e as gulags. Outra justificativa, e essa mais grave, foi o negacionismo do holodomor (holocausto ucraniano) promovido pelo governo soviético entre os grandes nomes do jornalismo mundial como Walter Duranty (Prêmio Pulitzer/New York Times) e George Bernard Shaw (Prêmio Nobel de Literatura).

Milada vem jogar luz nessa escuridão perigosa que nos encontramos. A escuridão da intolerância, das divergências políticas transformadas em guerra contra um nome fora desse mainstream, dos pensamentos igualitários e totalitários que excluem e difamam quem ousa ir contra.

Até os nazistas permitiam visitas.

A vida de Milada Horáková é um documento político importante para qualquer país que invista na democracia. Começa com a defesa dela pela igualdade entre homens e mulheres, passa então a lutar contra o nazismo que a Tchecoslováquia, sua pátria, abraça, e ela e seu marido são presos. Após a importantíssima vitória dos aliados, se transforma numa influente política defendendo as liberdades e os direitos individuais, é quando o país começa a flertar com o comunismo soviético. Os grandes lideres queriam Milada entre eles, mas logo ela percebeu que suas ideias não eram compatíveis com essa ideologia sanguinária,  ditatorial e absolutista.

Ayelet Zurer, soberba no papel titulo, nos dá a alma de Milada, sua resignação, sua firmeza, seus gestos nos trazem quase um documentário sobre esse período que muitos querem esconder debaixo do tapete.

Comentários

Kamila Azevedo disse…
Parece interessante, Cassiano. Vou adicionar à minha lista do Netflix.