Caché
Caché – Michael Haneke – 2005 (DVD)
Cachê é um dispositivo de acesso rápido, interno a um sistema, que serve de intermediário entre um operador de um processo e o dispositivo de armazenamento ao qual esse operador recorre. A vantagem principal na utilização dele consiste em evitar o acesso ao dispositivo de armazenamento, que pode ser mais demorado.
No filme homônimo de Michael Haneke, a palavra se refere à imagem, principalmente àquela que buscamos na nossa memória.
Essa explicação, ao contrário do que eu acreditava, nada tem a ver com o filme, porque caché, em bom francês, significa oculto, porém do mesmo jeito que viajei na interpretação, me serve como exemplo para decifrar o filme. A procura da resposta às vezes nos leva a uma caminho, não diria errado, mas indesejado, as vezes baseado em nossa cultura, nossas experiências. Afinal, como já dizia Paul Thomas Anderson, “o passado já era para nós, mas não nós para o passado”.
Vencedor do prêmio do júri ecumênico de melhor filme e de melhor diretor do Festival de Cannes de 2005, Caché é exatamente sobre isso, sobre o que guardamos em nossa memória, e sobre o que fica oculto em nossas lembranças.
O cineasta alemão constrói um processo de insinuações que nos leva a um final menos explicativo e mais crítico. Suas imagens são elaboradas para sugerirem algo que pode ou não ser aquilo sugerido, e as interpretações também funcionam como um jogo de suspense onde ninguém é inocente. É um filme que nos põe a pensar. Haneke mostra uma criatividade no mínimo original no uso dos créditos iniciais.
Várias interpretações pipocam na internet, uma delas é a de que os vídeos seriam mandados por Haneke a seus personagens para criar uma trama. Noutra, eles seriam materializações do inconsciente de Georges. Outra, e essa baseado na cena final, é de que o filho do casal estaria por trás de tudo.
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