Drive
Drive – Nicolas Winding Refn – 2011 (DVD)
Ao som da triste e melancólica música Oh My Love, do casal italiano Riz Ortolani e Katina Ranieri, nosso herói sem nome vela o corpo do seu chefe na oficina. Depois de pegar uma mochila seu destino é a Nino’s Pizzeria. Dentro do carro, parado, seu rosto em close ganha luz com os faróis de outros veículos, ele solta e vai até a mala, e o diretor corta para uma interna na pizzaria de Nino, a partir de agora em slow motion e se dirigindo a porta de vidro de entrada. Aos poucos vemos se aproximar alguém usando uma máscara de dublê e parando estrategicamente à frente do restaurante. É nesse momento que a canção ganha melodia de ópera com a orquestra de cordas, e – coincidentemente – a luz de um automóvel reflete-se no rosto mascarado que olha atentamente para Nino (foto do post). Corte do cineasta para homem (Nino) que gargalha euforicamente com uma loira impassível ao seu lado. É o momento que se tornou clichê de tiros, explosões e massacre. Não para esse diretor.
A grande lição que o mestre dos mestres Michelangelo Antonioni ensinou é a importância fundamental da estética cinematográfica. É até óbvio, e ai reside à genialidade do italiano – pois estamos lidando com imagens em movimento e sons – mas é algo raro e quase em desuso no cinema atualmente que, quando aparece algo, a cinéfilia fica alvoroçada, esse é o caso de Drive.
Com um roteiro simples, batido, falho até, mas uma estética deslumbrante, arrebatadora. A história do motorista e mecânico que faz serviços para criminosos dirigindo o carro da fuga e se apaixona por uma vizinha começa a encantar com o uso de slow motions, trilha B, fotografia artística e beleza estética com ângulos e closes que favorecem atores e cenários, e isso é total responsabilidade do diretor canadense Nicolas Winding Refn que encantou Cannes.
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PS: ADOREI a foto que ilustra o post!