O Código Da Vinci

The Da Vinci Code – Ron Howard – 2006

“O que realmente importa é aquilo em que você acredita”.

Vibrante! Uma obra-prima! O filme O Código da Vinci consegue exprimir, em 2 horas e meia, as partes mais reveladoras do intrigante, maravilhoso e complexo livro. Para tanto, o próprio Brown, que fez uma pesquisa de 4 anos para o livro, participou de todo o processo da película. Inclusive fazendo uma homenagem aberta a Victor Hugo, autor de Les Miserables, e que no livro era mais 1 membro do priorado de Sião. Paris, que, depois desse filme, se tornará a nova coqueluche dos cineastas, é parte integrante da trama, assim como no livro, a cidade luz ganha personalidade e ainda a áurea real.

“Sob estrelado céu descansa em paz”.

Inacreditavelmente visível, é o show dos atores na tela, com exceção de Alfred Molina (Bispo Manuel Aringarosa) - parece que foi o único que não leu o livro, ou se leu, odiou a personagem. O resto do elenco parece ter sido escolhido por Brown, antes mesmo de escrever o livro, tamanha a identificação. Portanto Robert Langdon é Tom Hanks, o professor que no inicio do filme mostra o espetáculo que é o fenômeno Da Vinci/Dan Brown ao redor do mundo numa palestra de cair o queixo do mundo inteiro. Ron Howard pede licença para deixar Brown brilhar, e o seu mérito é enorme com esse gesto. Como um ótimo jogador de futebol, ele prefere não brilhar para ver o gênio do time fazendo jogadas maravilhosas. O santo graal é mesmo Dan Brown. Esse norte-americano católico de 42 anos criou sua segunda obra de arte com o filme. E sim, ele é católico, muito mais que muitos que se dizem seguidores.

“Tão sombria a traição dos homens”.

Na pele de Sophie Neveu, Audrey Tautou nunca mais terá um papel tão belo em sua carreira. A pequena francesa, de olhar perdido e tímida, quando abre a boca e ouvimos sua voz se transforma. Audrey é a maior responsável pela parte romântica do filme, seus pequenos gestos e nuances para o gentleman Langdon, são raríssimos no cinema mundial. Singela e elegante, faz lembrar Audrey Hepburn.

Como uma criança que acabou de receber seu primeiro brinquedo, o Sir. Ian McKellen, ou também conhecido por Sir Leigh Teabing, consegue fazer com que, em nenhum momento, nas cenas onde tem sua presença, consigamos desgrudar olhos e ouvidos à sua pessoa. Sua presença é tão grande que mesmo quando não estamos lhe vendo, e nesse caso para quem leu o livro, sentimos que ele está no local. É dele também os momentos mais descontraídos do imenso puzzle de Brown.

Ian McKellen nos traz também a sensação de toda a polêmica que deve gerar o filme com seu discurso contra a igreja católica. Sua teoria só perde poder no momento mais doce e tocante da película, que todos deverão saber qual é.

“Pouco conhecimento faz com que as criaturas se sintam orgulhosas. Muito conhecimento, que se sintam humildes”. Leonardo Da Vinci

Comentários

Anônimo disse…
hehehe, já sei que esse entrará no seu top 10 dos melhores do ano..Todas as opiniões, contrárias ou não a minha, sempre são bem-vindas, principalmente se forem bem fundamentadas, e a sua resenha entra nessa categoria. Sendo assim, respeito a sua opinião, mas não consigo entender o motivo de tanta paixão..Não importa.. Talvez eu esteja equivocada, mas a tal cena doce e tocante que vc citou ao final do texto, por acaso seria aquela no qual personagem x se ajoelha diante de..? Não consigo pensar em outra coisa. Se não for isso, creio que não assimilei a perda do poder da teoria de Leigh. Pensei que o principal motivo para a ridicularização da teoria seria uma cena fielmente retirada do livro, quando esse mais parece um lunático em meio a sua crença.
Kamila disse…
Concordo, em partes com o que Romeika disse. Não entendi tanta paixão. Concordo, Cassiano, quando você diz em seu texto que realmente o Ron Howard condensou bem o que de mais importante existe no livro. Acho que quase tudo está na tela.

Discordo de você, Cassiano, principalmente sobre os atores. Achei a Audrey péssima em alguns momentos. O Tom Hanks estava muito apático, nem parecia que era a estrela do filme. Os melhores foram o Ian McKellen e o Paul Bettany. Não dá para fazer uma avaliação mais profunda do Alfred Molina, pois ele nem aparece tanto assim, mas eu gostei do que eu vi.

O filme "O Código da Vinci" não é vibrante. É um bom filme e ponto. Não atrairá muito a atenção nas premiações. Talvez a trilha sonora tenha mais chances de ser indicada à alguma coisa.

Para mim, o momento mais vibrante de ter assistido ao "Código Da Vinci" foi poder assistir novamente ao trailer de "World Trade Center", o próximo filme do Oliver Stone. Nem parece que esse será um filme dele, a história parece que vai ser contada de forma nua e crua sem qualquer efeito louco de edição ou coisa assim. Meus olhos se encheram de lágrimas. Esse será o grande filme do ano. Tchau, tchau "O Código da Vinci".
Museu do Cinema disse…
Obrigado Romeika pelo comentário elogioso, como já assistiu o filme posso contar o final, quem não assistiu, pare aqui, bom, a cena em questão é quando Robert Langdon conta a Sophie Neveu sobre o acidente de infância, e fala que no momento de mais medo na vida o que fez foi rezar. A verdade está naquilo em que realmente acreditamos Romeika. É uma lastima, na falta de outra palavra mais forte, que em pleno século 21 ainda nos indignamos com as verdades dos outros. O que Dan Brown criou é um mosaico que mistura tudo do passado e nos mostra que hoje ainda somos aqueles seres humanos da idade média. Estou muito feliz com o sucesso do filme, e acho que mesmo não gostando do filme, a discussão é muito positiva! E vc demonstra muita inteligência ao assistir ao filme para você mesmo ter uma opinião e expressa-la.
Museu do Cinema disse…
Kamila, realmente paixão é uma palavra boa pra expressar meu sentimento às obras de Dan Brown. Entendi que não gostou do filme, apesar de que seu texto diz que achou ele bom, mesmo assim, não entendi pq não gostou da pelicula. Pelo visto você adorou o livro, mas não disse uma razão especifica para "malhar" o filme, espero que não tenha sido apenas pelas interpretações, que achei maravilhosas. Estou lendo muitas criticas positivas sobre o filme e na sessão que vi, muitas pessoas sairam emocionadas. O Alfred Molina, que é um grande ator (Magnólia e Boogie Nights), é um ator coadjuvante, talvez apareça um pouco menos que os outros 5, mesmo assim nunca diria que ele apareceu pouco, alias sua presença em tela é mais duradoura do que nos dois filmes de PTA que citei acima, e por essas duas peliculas que ele se consagrou. De qualquer modo, o trailer de WTC tb me atraiu!
Kamila disse…
Não entendi porque você achou o meu comentário aqui e o meu texto no blog contraditórios, Cassiano. O que eu disse aqui, está lá: a transposição foi bem feita, mas o filme é bom e ponto. Não tem nada de mais e não me entusiasmou. Mas, no geral, é um ótimo filme. Só discordei de você quanto aos atores. Eu acho que os melhores foram o McKellen e o Bettany. O Hanks não está bem, nem a Tautou. Espero que agora você tenha entendido bem o que eu quis dizer, pois, em nenhum momento, eu quis "malhar" o filme.
Museu do Cinema disse…
Sim Kamila, eu entendi que não quis malhar o filme, mas só percebi isso depois de ler seu post, frases como: "Para mim, o momento mais vibrante de ter assistido ao Código Da Vinci foi poder assistir novamente ao trailer de World Trade Center" pode ser encarada como uma grande perda de tempo dentro do cinema.
Anônimo disse…
a polêmica foi colocada de lado, uma ode a igreja católica o final do filme. como vc mesmo postou. o ritmo do filme é bom, o elenco tb, mas o que faltou mesmo foi a parte histórica do livreo, juntamente com os códigos complexos. ficou tudo muito fácil.
Museu do Cinema disse…
Vc sempre muito ponderado Antônio. É verdade mesmo, o filme, ao contrário do que a maioria pensa, pode muito bem ser revertido em favor a igreja católica sim. É um assunto polêmico, mas acredito que o filme faz isso, mas não penso que só o filme é assim, no livro também tem esse aspecto, mas isso é uma opinião pessoal, não creio que muita gente pense assim.

Tenho lido muito os comentários sobre o filme, 99% deles contra é verdade, mas me insiro no pequeno percentual, menor que 1%, que achou o filme tão maravilhoso quanto o filme. Já li comentários tão absurdos que falam sobre a facilidade que é fazer sucesso juntando os argumentos q Brown fez ao escrever o livro!? Imagina, se fosse tão fácil pq ninguém fez antes? pelo contrário, se vc for numa livraria qualquer verá que os lançamentos recentes buscam seguir a cartilha Brown de escrever.

Quando vc comenta que faltou falar sobre a parte histórica do livro, pensei logo nos momentos de flashbacks do filme, mas entendi que não seja isso, é a parte mais complexa, como as teorias conspiratórias. Tb gostaria de ve-las no filme, mas acho que se tornaria um documentário. De resto estamos com o mesmo pensamento.

Só mais uma coisinha, li em algum lugar que não me lembro mais, uma tese que derruba todo o filme/livro. Já pensou se em vez de procurar a senha do criptex, eles resolvessem congela-lo?
Anônimo disse…
Gostaria de saber o que davinci pensava de suas obras?
E o que as pessoas acham da obra dele ?