Parasita


Gisaengchung - Bong Joon Ho - 2019 (Cinemas)

Houve um incidente. Da-song viu um fantasma na casa quando estava na 1ª série. Foi o aniversário dele naquele dia. Tarde da noite, quando todos estavam dormindo, Da-song veio escondido até a cozinha e pegou o bolo. O chantilly daquele bolo era incrível. Mesmo na cama, ele não conseguia parar de pensar nele. Então, Da-song estava sentado, comendo seu bolo. Ele gritou e eu desci as escadas! E ele estava todo... Os olhos tinham rolado pra trás, estava em convulsão, e havia espuma na boca dele.

O sucesso de Parasita - e a importação de talentos de outros mercados - deriva muito da falta de criatividade e banalização da arte, que assola o ocidente. Outro dia, uma banana pregada na parede com uma fita adesiva, elaborada pelo italiano Maurizio Cattelan, e exposta na Galeria Perrotin, em Miami, foi vendida por 120 mil dólares. O que diria Da Vinci quando fosse chamado de artista junto a Cattelan? Se tudo é arte, nada é arte.

Bong Joon Ho é o novo queridinho de Hollywood, após o êxito de Mother - A Busca pela Verdade (2009), a Netflix o convidou para dirigir seu filme mais cheio de expectativas, e que de certa forma inaugurou a era da procura pela empresa por premiações, o regular e esquecível Okja (2017). Parasita é, sem medo de errar, seu melhor filme. A criatividade do roteiro e as tomadas inspiradas no mestre do suspense, Alfred Hitchcock, conferem a película uma qualidade que realça na telona. A escolha dos cenários, enquadramentos e ritmo costuram, junto com os atores, uma sequência de cena e acontecimentos impossível do espectador não se envolver.

Primeiro filme sul-coreano a ganhar a Palma de Ouro em Cannes. O país que vive ao lado de seu irmão socialista, pobre e ditatorial, Coreia do Norte, vive sua pujança econômica. No filme fica claro a abertura de mercado e a liberdade que seus habitantes vivem: garrafas de água norueguesas Voss, computadores da norte-americana Apple e carros alemães Mercedes, são vistos em tomadas planejadas.

O título refere-se à família de Kim Ko-woo (Woo-sik Choi), um jovem que aceita substituir o amigo para dar aulas particulares a uma estudante rica, e que, rapidamente, leva todos seus parentes para trabalhar com ele na casa.

Comentários

brauns disse…
Bong Joon Ho é um diretor excelente. Também considero Parasita o melhor trabalho dele.

Concordo que essa situação da banana é algo bizarro, mas o cinema ocidental continua produzindo belos trabalhos, vide o ótimo 2019 que estamos tendo nas telonas.

Abs