Chernobyl
Chernobyl - Johan Renck - 2019
(HBO)
Qual o custo de uma mentira?
Em 1986, o mundo foi sabendo,
aos poucos, de uma explosão numa usina nuclear em Pripyat, na Ucrânia, onde
grande quantidade de radiação havia sido liberada. Essa usina tinha o nome do
ditador sanguinário Vladimir Lênin, mas era mais famosa pela alcunha de
Chernobyl.
A série, em 5 capítulos, é o
maior sucesso da HBO, batendo a recém terminada Game of Thrones (2011), e faz
todo sentido, esse episódio da história recente da humanidade, ficou, durante
muitos anos, escondido na gaveta, e o resultado desse obscurantismo podemos ver
na nossa vizinha Venezuela, é imperativo começarmos a discutir sobre o poder
tão endeusado de um Estado sobre seu povo.
Chernobyl, dirigida pelo sueco
Johan Renck, tem uma estrutura de série sensacional, é quase impossível não
vê-la toda, o 1° episódio serve como aperitivo pro próximo, e assim
sucessivamente, até culminar no 5° e último que deságua numa explicação de todo
o horror que o mundo passou durantes os meses que se estenderam após a
explosão. Talvez seja a maior proximidade que o mundo esteve da extinção, ou,
ao menos, o continente europeu.
O socialismo soviético dessa
época guarda muitas semelhanças com o petista brasileiro, o modus operandi de fabricar mentiras e usá-las como ganho politico, repetindo-as até criar uma verdade pela normalidade, ministros
completamente despreparados para o cargo, como o próprio Vice-Presidente do
Conselhos de Ministros, Boris Shcherbina (Stellan Skarsgård), e uma máquina
enorme usada para permanência do poder do mesmo grupo político, inclusive com a
imprensa que só divulgava o que eles queriam. Imaginem que existia até um
Ministro do Carvão, apadrinhado político que pouco sabia sobre o mineral.
Não é que podemos confundi-la com a verdade. O
perigo real é que se ouvirmos mentiras o bastante, não reconheceremos mais a
verdade. E o que poderemos fazer? O que restará além de esquecer até a
esperança da verdade, e nos contentarmos em vez disso com histórias.
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