A Chegada

Arrival - Denis Villeneuve - 2016 (Cinemas)

A Linguagem é a primeira arma de negociação num conflito.

Ted Chiang, autor do conto que o filme é baseado, é um norte-americano que trabalha para Microsoft traduzindo linguagem massivamente tecnológica, para apenas tecnológica. Sua concepção do conto retrata bem a questão lingüística e isso é essencial para a mudança de patamar do filme, em vez de um filme sobre alienígenas, um filme sobre nós, humanos.

Uma lingüista (a incensada Amy Adams - ótima mesmo) é convocada pela forças armadas norte-americanas para traduzir alienígenas que, com 12 enormes conchas espalhadas pelo mundo, assustam todo o planeta terra.

Esqueça explosões, corridas desenfreadas, crianças chorando ou sustos fáceis com a aparência dos intrusos, até veremos algumas brigas, quase em flashs de segundos e bem longe do centro da trama (um quartel-general em Montana), mas o que o filme quer é ir muito além disso. A trama se concentra nessa poderosa arma que temos em nossas mãos, e que usamos diariamente fazendo coisas boas, ou provocando coisas negativas.

Jóhann Jóhannsson, o islandês autor da excelente trilha sonora, uma música estranha e poderosa, compôs a ultima delas em palindrômico, ou seja que tanto faz tocá-la de frente pra trás, ou de trás pra frente. Uma homenagem ao filme.

Em 1770 o navio do Capitão James Cook encontrou em terras australianas o povo aborígene. Um de seus navegadores apontava freneticamente para alguns animais que carregavam em sua barriga bebês perguntando o que eram, e os aborígenes diziam: Canguru! Só muito tempo depois que eles descobriram que na linguagem aborígene a palavra canguru significava: Não entendo!

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