Shame
Shame – Steve McQueen – 2011 (Cinemas)
Nós não somos pessoas ruins, nós só viemos de um lugar ruim.
Brandon (Michael Fassbender) está sozinho, nu e deitado na cama, a câmera estrategicamente posicionada no alto nos mostra a cena por cima, seu olhar é vago e seu corpo imóvel. O jogo de cama é de um azul cromado e sua expressão é de vazio total.
O filme mais comentado e controverso do ano, Shame é uma crítica não só ao sexo – essa é só a ponta do iceberg – ele discorre sobre os vícios a que somos expostos. “É sobre a disponibilidade do sexo. Se no supermercado há mais comida gordurosa, as pessoas engordam. Existe grande disponibilidade de bebidas alcoólicas, então adivinha? Muitas pessoas enchem a cara. È assim que é. Todo mundo quer se perder um pouco, e de forma compreensível”. Afirma o cineasta londrino Steve McQueen em entrevista ao The Telegraph. McQueen que muito se utiliza de longas tomadas sem cortes e da câmera estática para contar a história do protagonista vivido pelo ator alemão Fassbender.
O antagonista da trama, o chefe de Brandon, não é viciado em sexo como seu funcionário que destruiu o HD do computador com pornografia, mas ele é casado e vive dando em cima de mulheres desconhecidas. É viciado em traição.
A personagem feminina, Sissy (Carey Mulligan) não é viciada em sexo como o irmão, porém se humilha por telefone ao namorado e logo depois corre atrás de um homem casado. É viciada em paixão.
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