O Deserto Vermelho
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- Porque a fumaça é amarela?
- Porque é tóxica.
- Então se um passarinho voar nela morre?
- Mas os passarinhos já sabem e não passam mais nela.
O diálogo entre mãe e filho do final do filme é revelador da alma de O Deserto Vermelho, sugestivo e sensível.
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O primeiro trabalho de fotografia colorida de Michelangelo Antonioni é também o marco inicial de uma de suas principais características, o uso da cor para expressar sentimentos das personagens, e não à toa o filme usa-o até no título. O Deserto Vermelho é amarelo (perigo), verde (renovação), bege/rosa (calma, tranqüilidade), branco (artificial, mentiroso), cinza (expurgo) e, obviamente, vermelho (paixão, traição, desejo). O cineasta usa a cor como trilha sonora, como uma criança que ganhou um brinquedo que tanto queria. A cena da parábola é estarrecedoramente linda.
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Aqui também é o inicio do uso, pelo diretor, de teleobjetivas e zooms para passar a sensação de opressão psicológica e colocar as personagens mais perto um do outro. Em algumas cenas, a personagem de Monica Vitti parece estar agarrada as paredes.
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O Deserto Vermelho surgiu do choque que Antonioni teve ao visitar Ravenna, cidade vizinha a sua Ferrara natal. A paisagem natural que dava forma agora às indústrias deixou o cineasta letárgico e o inspirou para a trama do filme. A neblina e a poluição refletem o comportamento de Giuliana. É uma obra-prima ímpar do cinema mundial.
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Sensibilizador documentário "Nos Olhos da Esperança". http://nosolhosdaesperanca.blogspot.com/ É verdade, justiça tardia é injustiça!