Pornô+Chanchadas
Chanchada era um tipo de filme mal feito, sem qualidade técnica e visual e onde a comédia rasgada prevalecia. Predominava-se um humor ingênuo, burlesco, de caráter popular. O cinema da chanchada era tipicamente carioca, e ajudou ainda mais a celebrar a fama de malandro do povo do Rio de Janeiro. Alguns críticos datam o movimento no ínicio do século XX, outros adotam a filmografia da Atlântida como marcos iniciais e finais da Chanchada. Seguindo essa informação temos Carnaval no Fogo (1949) como a primeira chanchada e Garotas e Samba (1957) como último.
A Atlântida foi constituída por alguns intelectuais cariocas que sonhavam com um modelo de cinema nacional sério e rentável. Eles vinham de um grande sucesso, Moleque Tião (1943), um melodrama sobre a vida do ator Grande Otelo, que atuava como ele mesmo. Depois vieram dois fracassos consecutivos, e os executivos da Atlântida resolveram apelar para o musical, que vinha crescendo com a Cinédia e a Sonofilmes.
O primeiro musical carnavalesco foi Tristezas Não Pagam Dívidas (1943), com Oscarito e Jayme Costa no elenco. Um estrondoso sucesso, fazendo a companhia repetir a dose de trechos cômicos (livremente inspirados em peças teatrais), muita música, e um fiapo de roteiro. A dupla Oscarito e Grande Otelo virou celebridade. Com uma química ímpar, a dupla arrastou multidões ao cinema. Os dois filmaram a maioria dos carnavalescos da Atlântida, Oscarito no primeiro papel, e o grande Grande Otelo como faxineiro, secretário, uma escada para o sucesso do amigo. O filme mais completo dessa fase foi Este Mundo É Um Pandeiro (1947), de Watson Macedo.
As pornochanchadas vieram em seguida, aumentando o erotismo e colocando uma boa dose de nudez gratuita. David Cardoso reinou e fez fortuna com o gênero. Mais tarde o genial escritor Nelson Rodrigues, o anjo pornográfico, colocou mais lenha na fogueira com as adaptações de suas obras cults, A Dama do Lotação (1978), Bonitinha, mas Ordinária (1980) e Perdoa-me por me traíres (1983). Era também a época da ditadura e da censura, muitas obras acabavam incompreensíveis devido aos cortes, e a exploração da sensualidade era a forma de fazer um cinema para o povo, cada vez mais levado à cultura norte-americana.
Enquanto as estrelas globais iam desfilando seus corpos nus ao grande diretor da época, Walter Hugo Khoury, que juntamente a Arnaldo Jabor passaram sem arranhões dessa fase. Era na boca do lixo onde a maioria dos filmes do movimento era feito. Reduto dos bordeis e das prostitutas de São Paulo.
Alguns cineastas nacionais ficaram estigmatizados pelo período, como o próprio Hugo Khoury de Amor Estranho Amor (1979) famoso pelas cenas quentes com Xuxa, Braz Chediak de Navalha na Carne (1970) e Neville D’Almeida de Rio Babilônia (1982), uma espécie de Cidade de Deus (2002) erótico. Foi o movimento mais popular do cinema brasileiro, e foi também o maior sucesso de público. A Dama do Lotação (1978) também dirigido por Neville é a quarta maior bilheteria da história do país.
A Atlântida foi constituída por alguns intelectuais cariocas que sonhavam com um modelo de cinema nacional sério e rentável. Eles vinham de um grande sucesso, Moleque Tião (1943), um melodrama sobre a vida do ator Grande Otelo, que atuava como ele mesmo. Depois vieram dois fracassos consecutivos, e os executivos da Atlântida resolveram apelar para o musical, que vinha crescendo com a Cinédia e a Sonofilmes.
O primeiro musical carnavalesco foi Tristezas Não Pagam Dívidas (1943), com Oscarito e Jayme Costa no elenco. Um estrondoso sucesso, fazendo a companhia repetir a dose de trechos cômicos (livremente inspirados em peças teatrais), muita música, e um fiapo de roteiro. A dupla Oscarito e Grande Otelo virou celebridade. Com uma química ímpar, a dupla arrastou multidões ao cinema. Os dois filmaram a maioria dos carnavalescos da Atlântida, Oscarito no primeiro papel, e o grande Grande Otelo como faxineiro, secretário, uma escada para o sucesso do amigo. O filme mais completo dessa fase foi Este Mundo É Um Pandeiro (1947), de Watson Macedo.
As pornochanchadas vieram em seguida, aumentando o erotismo e colocando uma boa dose de nudez gratuita. David Cardoso reinou e fez fortuna com o gênero. Mais tarde o genial escritor Nelson Rodrigues, o anjo pornográfico, colocou mais lenha na fogueira com as adaptações de suas obras cults, A Dama do Lotação (1978), Bonitinha, mas Ordinária (1980) e Perdoa-me por me traíres (1983). Era também a época da ditadura e da censura, muitas obras acabavam incompreensíveis devido aos cortes, e a exploração da sensualidade era a forma de fazer um cinema para o povo, cada vez mais levado à cultura norte-americana.
Enquanto as estrelas globais iam desfilando seus corpos nus ao grande diretor da época, Walter Hugo Khoury, que juntamente a Arnaldo Jabor passaram sem arranhões dessa fase. Era na boca do lixo onde a maioria dos filmes do movimento era feito. Reduto dos bordeis e das prostitutas de São Paulo.
Alguns cineastas nacionais ficaram estigmatizados pelo período, como o próprio Hugo Khoury de Amor Estranho Amor (1979) famoso pelas cenas quentes com Xuxa, Braz Chediak de Navalha na Carne (1970) e Neville D’Almeida de Rio Babilônia (1982), uma espécie de Cidade de Deus (2002) erótico. Foi o movimento mais popular do cinema brasileiro, e foi também o maior sucesso de público. A Dama do Lotação (1978) também dirigido por Neville é a quarta maior bilheteria da história do país.
Comentários
Tô zoando, é claro!
Quero dizer que seu texto é muito bom, e dá uma dimensão legal do movimento para quem entende muito pouco do assunto, como eu.
Abs!
Muito bem redigido e contextualizado seu texto. Vc falou de duas fases de nosso cinema, citando diretores e atores que se destacaram nos respectivos períodos.
As chanchadas foram criadas com o obejtivo de conquistar público aqui no Brasil. Utilizando a comédia como referencial. No entanto, a formúla de sucesso durou pouquíssimo tempo. Então, eles passaram a investir em musicais imitando os filmes "hollywodianos" deste período. Infelizmente aqui não deu certo.
Quanto as pornochanchadas, esta fizeram um relativo sucesso. Desconsiderando suas qualidades artísticas e técnicas, o que importava era o desfile de mulheres e homens nus em histórias recheadas de sexo, muitas das vezes explícito, como: "Bonitinha, mas ordinária", "A dama do lotação" e principalmente "Rio Babilônia".
Parabéns pelo seu texto e pelo tema. Muito bom mesmo. Gostei.
Quando puder faça uma visita ao meu blog: cintia-carvalho.blogspot.com (cinecabeça).
Um avbraço.