Inimigo Público nº 1

L’instinct de Mort – Jean-François Richet – 2008 (Cinemas)

A tela se divide em duas, uma ruiva de cabelos crespos é vista numa tela de frente, e em outra, maior e widescreen, é vista de costas. A trilha provoca suspense. A garota parece agitada e nervosa, olhando pra trás é vista pelas duas telas. A imagem em plano aberto mostra que ela puxa um cachorro pela coleira. Ela passeia com o animal sempre olhando de um lado pro outro. Aparece um sujeito na tela pequena. Logo aparece também na maior, visto por outro ângulo. Corte para duas telas iguais, uma foca na mulher, com o rapaz vindo no fundo desfocado. Na outra, o contrário, ele em foco e ela nublada. O diretor divide a tela em muitas formas, e dando a nossa visão em diversos ângulos. Um close nele e percebemos que se trata de nosso protagonista, apesar do cavanhaque, dos óculos e da cabeleireira. Agora a tela é inteira de uma garagem se abrindo, mas uma tarja preta com o crédito do cenário a corta, é o cineasta brincando conosco. Um BMW da década de 70 sai. Os dois estão dentro. A trilha provoca mais suspense ganhando notas pesadas no exato momento que ele vai cruzar a pista. Bum! Um carro buzina forte. Nosso protagonista pisa o pé no frio de solavanco. Não foi nada, só o susto. Tudo se divide novamente. O carro dá ré e para no meio da pista. A garota entra num prédio, ele vai até atrás do carro, tira os óculos, coloca a mão nos olhos, vemos tudo seguidamente em 5 telas, repetindo as expressões do ator. A tela ganha mais uma divisão, agora são 6, para mostrar a ruiva saindo do apartamento segurando uma bolsa e um casaco. Tudo pra mala do carro. Agora ele entra no prédio e sai rapidamente carregando uma mala grande. Eles entram no carro e partem. O que era uma pequena tela widescreen na parte esquerda, vai aumentando com a saída do carro até ganhar ela toda. Pronto, acabaram-se os créditos. A trilha de suspense continua, o carro vai andando nas ruas entre outros veículos. Uma moto passa do lado. Um caminhão pede passagem para nosso protagonista, que cede. Todos param num semáforo vermelho, o casal parece relaxado, mas o cachorro, lembram dele, está agitado, ele dá um latido forte em direção ao caminhão, atraindo a atenção de nosso protagonista. É quando saem da parte traseira do caminhão 4 homens apontando suas armas e engatilhando-as. A garota vira o rosto e solta um grito estridente.Jacques Mesrine se tornou o inimigo público número 1 da França em 1979, depois de diversos assassinatos, seqüestros, roubos, e até uma fuga cinematográfica da prisão, época que escreveu o livro autobiográfico Instinto de Morte, ele foi morto pela polícia numa emboscada até hoje não esclarecida.

A vida de Mesrine ganha, pela segunda vez, uma adaptação para o cinema, desta vez dois filmes narram à trajetória do mais famoso bandido francês. Inimigo Público nº 1 – Instinto de Morte, a primeira parte, explora o comportamento, os amores, e a vida do marginal tentando encontrar razões. Vincent Cassel dá vida ao personagem na melhor interpretação de sua carreira – ganhou o César de melhor ator. O marido de Monica Bellucci engordou 20kg e teve que perdê-lo durante as filmagens dos dois longas. A direção de Jean-François Richet prima em mostrar os melhores ângulos e captar as melhores situações dos atores. Numa história que Hollywood já explorou bastante, Richet consegue trazer algo novo ao gênero.

Comentários

Anônimo disse…
Todo mundo fala bem desse filme, o que certamente aumenta minha expectativa, sem falar que parece trazer algo novo para o gênero mesmo...
Anônimo disse…
Nunca ouvi falar nesse filme antes, mas adorei o texto, Cassiano. Me senti dentro do longa!
Ygor Moretti disse…
Muito bom filme, quero ver a segunda parte, sobre o começo do filme achei um dos melhores começos dos ultimos anos, gostei mesmo. nada de muito novo , mas bem feito.

abraço!!!
Anônimo disse…
Texto genial. Não sabia que o filme fosse tão bom assim.
Museu do Cinema disse…
Obrigado Kamila e Cinevita!

Ygor, só precisa vc me dizer um filme com esse começo, pq eu não lembro.
Anônimo disse…
Vou atrás, com certeza. Já tava de olho nele antes.
Ygor Moretti disse…
Postei semana passada um texto sobre o filme, de uma olhada pelo moviemento, abraço!!!
Ramon disse…
Hehe! Muito bom! Não tinha lido sua resenha. Acho que estamos bem de acordo, mesmo.

Não vejo a hora de ver a continuação.

Abs!