Onde os Fracos não tem Vez
No Country for Old Men – Joel e Ethan Coen – 2007 (Cinemas)
“Tinha esse garoto que mandei para a câmara de gás em Huntsville há pouco tempo atrás. Eu mesmo prendi e testemunhei. Ele matou uma garota de 14 anos.Os papéis diziam que foi um crime passional mas ele me disse que não houve qualquer paixão nisso. Disse-me que vinha planejando matar alguém desde quando se lembra. Disse que se o soltassem mataria novamente. Disse que sabia que iria para o inferno. Estaria lá 15 minutos após sua morte. Eu não sabia o que fazer sobre isso. Eu realmente não sabia. O crime que você vê agora, é difícil até imaginar sua dimensão. Não é que eu tenha medo disso. Eu sempre soube que você tem que estar querendo morrer para fazer esse trabalho – não estar querendo ser glorioso. Mas eu não quero desperdiçar minhas fichas e ir lá fora encontrar algo. Mais do que isso eu não quero saber. Um homem teria que colocar sua alma em perigo. Ele teria que dizer, ‘OK, eu farei parte desse mundo’.”
Baseado no livro homônimo do norte-americano Cormac McCarthy, e praticamente transportado das páginas da publicação para a película, mas, ao contrário do que muitos críticos andam dizendo ai, não se trata da primeira vez que os Coen fazem um filme baseado em material já publicado, Onde os Fracos não tem Vez é um panfleto discursivo sobre a violência. Centrado e alicerçado nos velhos faroestes estadunidenses, de John Ford e John Wayne, a película é como se mostrasse o progresso da violência durante esses anos, o que se resume no texto do inicio desse post, pronunciado em tom melancólico pelo Xerife Ed Tom Bell (Tommy Lee Jones).
A trama se passa em 1980 no Texas, quando um sujeito, Llewelyn (Josh Brolin) encontra uma valise com 2 milhões de dólares num massacre no meio do deserto, que parece ter sido numa negociação de drogas, claro que os donos irão atrás do dinheiro, em especial um sujeito que anda com um balão de oxigênio e tem um corte de cabelo bizarro. (um conselho? Não dê muita importância às sinopses dos filmes dos Coen).
Onde os Fracos não tem Vez é repleto de cenas fantásticas, inteligentes e ainda tem um final em aberto, parece que o Oscar quer mesmo mudar sua cara. Agora é aguardar Sangue Negro (2007).
Eu desafio alguém a citar uma interpretação ruim de Javier Bardem, ou uma interpretação ruim num filme de Joel e Ethan Coen, obviamente, juntando esses talentos, o resultado não poderia ser outro, o psicopata Anton Chigurh (Bardem) é daquelas composições dramáticas para entrar na lista das melhores da história do cinema.
- O que você já perdeu de mais importante no cara e coroa?
- Senhor?
- O que de mais importante você perdeu no cara e coroa?
- Eu não sei, eu não poderia dizer.
- Escolha!
- Escolher?
- Sim.
- Para que?
- Apenas escolha.
- Bom, preciso saber o que apostamos aqui.
- Você precisa escolher, não posso fazer isso por você. Não seria justo.
- Não apostei nada.
- Sim, você apostou sua vida toda e nem sabia.
“Tinha esse garoto que mandei para a câmara de gás em Huntsville há pouco tempo atrás. Eu mesmo prendi e testemunhei. Ele matou uma garota de 14 anos.Os papéis diziam que foi um crime passional mas ele me disse que não houve qualquer paixão nisso. Disse-me que vinha planejando matar alguém desde quando se lembra. Disse que se o soltassem mataria novamente. Disse que sabia que iria para o inferno. Estaria lá 15 minutos após sua morte. Eu não sabia o que fazer sobre isso. Eu realmente não sabia. O crime que você vê agora, é difícil até imaginar sua dimensão. Não é que eu tenha medo disso. Eu sempre soube que você tem que estar querendo morrer para fazer esse trabalho – não estar querendo ser glorioso. Mas eu não quero desperdiçar minhas fichas e ir lá fora encontrar algo. Mais do que isso eu não quero saber. Um homem teria que colocar sua alma em perigo. Ele teria que dizer, ‘OK, eu farei parte desse mundo’.”
Baseado no livro homônimo do norte-americano Cormac McCarthy, e praticamente transportado das páginas da publicação para a película, mas, ao contrário do que muitos críticos andam dizendo ai, não se trata da primeira vez que os Coen fazem um filme baseado em material já publicado, Onde os Fracos não tem Vez é um panfleto discursivo sobre a violência. Centrado e alicerçado nos velhos faroestes estadunidenses, de John Ford e John Wayne, a película é como se mostrasse o progresso da violência durante esses anos, o que se resume no texto do inicio desse post, pronunciado em tom melancólico pelo Xerife Ed Tom Bell (Tommy Lee Jones).
A trama se passa em 1980 no Texas, quando um sujeito, Llewelyn (Josh Brolin) encontra uma valise com 2 milhões de dólares num massacre no meio do deserto, que parece ter sido numa negociação de drogas, claro que os donos irão atrás do dinheiro, em especial um sujeito que anda com um balão de oxigênio e tem um corte de cabelo bizarro. (um conselho? Não dê muita importância às sinopses dos filmes dos Coen).
Onde os Fracos não tem Vez é repleto de cenas fantásticas, inteligentes e ainda tem um final em aberto, parece que o Oscar quer mesmo mudar sua cara. Agora é aguardar Sangue Negro (2007).
Eu desafio alguém a citar uma interpretação ruim de Javier Bardem, ou uma interpretação ruim num filme de Joel e Ethan Coen, obviamente, juntando esses talentos, o resultado não poderia ser outro, o psicopata Anton Chigurh (Bardem) é daquelas composições dramáticas para entrar na lista das melhores da história do cinema.
- O que você já perdeu de mais importante no cara e coroa?
- Senhor?
- O que de mais importante você perdeu no cara e coroa?
- Eu não sei, eu não poderia dizer.
- Escolha!
- Escolher?
- Sim.
- Para que?
- Apenas escolha.
- Bom, preciso saber o que apostamos aqui.
- Você precisa escolher, não posso fazer isso por você. Não seria justo.
- Não apostei nada.
- Sim, você apostou sua vida toda e nem sabia.
Comentários
Amigo, vou morar em POA, poderei ir simplesmente em todos os jogos do tricolor querido. Pena que esse ano não tem Libertadores, pena. Mas segue o baile, hehe.
ABs!
E é sério que andam dizendo que é a primeira adaptação dos Coen de um outro material? Os críticos só podem estar brincando... Que os Coen geralmente têm idéias originais? Ok. Mas essa não é a primeira adaptação deles.
E sabe uma coisa interessante? Li uma entrevista dos Coen na Folha de S. Paulo sensacional. Eles dizem que todos os elogios devem ser feitos ao Cormac McCarthy. Eles contaram que simplesmente foram fiéis ao livro. Disseram, inclusive, que as mortes que não vemos também estão no livro.
Abs!
Cidade turistica é uma bosta - passam filmes para garotada(Meu Monstro de Estimação) e deixam o CINEMA de verdade pra depois.
Estou puto!!
Excelente feriado!
Otávio, alguns críticos sim, aquele do cine em cena, acho q é isso, e li outro de um jornal daqui. O filme é fiel ao livro, mas acho que eles se encaixaram de uma forma tão completa q não me assustaria se eles agora falassem que o McCarthy são eles mesmos...
Rogério, acontece mesmo, o q me deixa espantado é q esse filme é do Oscar, nem isso?
Vinicius, o Bardem em Antes do Anoitecer é demais mesmo, concordo demais, só não lembro quem ganhou.
Sim Alex, chego a comentar no post.
Romeika, é interpretação para guardar por anos e anos, essa cena q coloquei no final do post então...
Abs.
Abraço!!
"...ainda tem um final em aberto, parece que o Oscar quer mesmo mudar sua cara."
Essa frase realmente descreve bem o contexto artístico do filme.
Já percebo das injustiças monstro cometidas pela academia. O Gângster e Na Natureza Selvagem (que filmão!).
Bom, resumindo a história, sou mais Fargo do que esse.
Filme bom é aquele que nos faz refletir, debater e fica em nossas mentes durante anos.
Apesar de ter adorado vários coisas no filme, ele como um todo não e agradou tanto.