O Grande Lebowski
The Big Lebowski – Irmãos Coen – 1998 (DVD)
“Um dia alguém mais esparto que eu disse: ‘Um dia agüentamos a barra e outro dia, a barra cai em cima da gente'.”
Numa das cenas hilariantes de O Grande Lebowski, O Cara (Jeff Bridges) recebe dois policiais em sua casa para informar do roubo de seu veículo. Os oficiais lhe fazem perguntas, e O Cara (The Dude) parece andar em ovos, em certo momento ele diz que o tapete também lhe fora robado, e o policial lhe pergunta se o tapete também estava no carro, e ele lhe diz que não, que estava ali na casa, quando no mesmo momento sua secretária eletrônica atende a ligação de Maude Lebowski (Julianne Moore) informando que havia levado seu tapete, o policial então lhe diz: “Oh! Acho que podemos arquivar o caso do tapete”.
Dizem que a certa altura das filmagens, o ator Sam Elliott, que interpreta o narrador do filme, virou para os Irmãos Coen e perguntou o que ele fazia ali, visto que a sua personagem não agregava nada a história, incrédulos, os talentosos irmãos lhe responderam: “Não poderemos lhe responder, porque nós também não sabemos”. E é justamente aqui a genialidade do filme, porque a narração de Sam se não é fundamental, é engraçada demais. O filme tem ainda dois dos melhores atores da atualidade, na minha opinião, e que sou fã, Philip Seymour Hoffman e Peter Stormare, mas quem rouba a cena, e na melhor interpretação de sua longa carreira é Jeff Bridges.
O Cara, como ele mesmo gosta de ser chamado, poderia ser um sujeito normal, o problema é que o mundo conspira negativamente. Por exemplo, para evitar mais arrombamentos em sua residência, ele trata de cravar, com muitos pregos, um pedaço de madeira no chão em frente à porta, colocando depois uma cadeira entre a porta e a madeira, o problema é que a porta abre justamente para o outro lado.
Baseado livremente na obra do escritor estadunidense Raymond Chandler, conhecido pelos seus mistérios de detetive, O Grande Lebowski ganhou o prestígio dos cinéfilos e o repúdio dos críticos, contando a história de um sujeito boa praça, vagabundo, maconheiro, jogador de boliche, pacifista que se prende nos anos 70 e que tem o estranho hábito de descansar ouvindo, numa fita K7 em seu walkman, o som de strikes de boliche e da banda Creedence Clearwater Revival. Na trilha do filme, Nina Simone – I Got It Bad And That Ain't Good, Kenny Rogers And The First Edition – Just Dropped In (To See What Condition My Condition Was In), a sensacional Hotel California, famosa na voz do The Eagles, e aqui com o inconfundível som flamenco do Gipsy Kings, e Bob Dylan com The Man in Me.
Aprenda a preparar um White Russian, o drink preferido do Cara: 5 partes de vodka, 2 partes de licor de café e 3 partes de creme ou leite, misture tudo e sirva com gelo.
Crítica publicada em 01 de maio de 2007.
“Um dia alguém mais esparto que eu disse: ‘Um dia agüentamos a barra e outro dia, a barra cai em cima da gente'.”
Numa das cenas hilariantes de O Grande Lebowski, O Cara (Jeff Bridges) recebe dois policiais em sua casa para informar do roubo de seu veículo. Os oficiais lhe fazem perguntas, e O Cara (The Dude) parece andar em ovos, em certo momento ele diz que o tapete também lhe fora robado, e o policial lhe pergunta se o tapete também estava no carro, e ele lhe diz que não, que estava ali na casa, quando no mesmo momento sua secretária eletrônica atende a ligação de Maude Lebowski (Julianne Moore) informando que havia levado seu tapete, o policial então lhe diz: “Oh! Acho que podemos arquivar o caso do tapete”.
Dizem que a certa altura das filmagens, o ator Sam Elliott, que interpreta o narrador do filme, virou para os Irmãos Coen e perguntou o que ele fazia ali, visto que a sua personagem não agregava nada a história, incrédulos, os talentosos irmãos lhe responderam: “Não poderemos lhe responder, porque nós também não sabemos”. E é justamente aqui a genialidade do filme, porque a narração de Sam se não é fundamental, é engraçada demais. O filme tem ainda dois dos melhores atores da atualidade, na minha opinião, e que sou fã, Philip Seymour Hoffman e Peter Stormare, mas quem rouba a cena, e na melhor interpretação de sua longa carreira é Jeff Bridges.
O Cara, como ele mesmo gosta de ser chamado, poderia ser um sujeito normal, o problema é que o mundo conspira negativamente. Por exemplo, para evitar mais arrombamentos em sua residência, ele trata de cravar, com muitos pregos, um pedaço de madeira no chão em frente à porta, colocando depois uma cadeira entre a porta e a madeira, o problema é que a porta abre justamente para o outro lado.
Baseado livremente na obra do escritor estadunidense Raymond Chandler, conhecido pelos seus mistérios de detetive, O Grande Lebowski ganhou o prestígio dos cinéfilos e o repúdio dos críticos, contando a história de um sujeito boa praça, vagabundo, maconheiro, jogador de boliche, pacifista que se prende nos anos 70 e que tem o estranho hábito de descansar ouvindo, numa fita K7 em seu walkman, o som de strikes de boliche e da banda Creedence Clearwater Revival. Na trilha do filme, Nina Simone – I Got It Bad And That Ain't Good, Kenny Rogers And The First Edition – Just Dropped In (To See What Condition My Condition Was In), a sensacional Hotel California, famosa na voz do The Eagles, e aqui com o inconfundível som flamenco do Gipsy Kings, e Bob Dylan com The Man in Me.
Aprenda a preparar um White Russian, o drink preferido do Cara: 5 partes de vodka, 2 partes de licor de café e 3 partes de creme ou leite, misture tudo e sirva com gelo.
Crítica publicada em 01 de maio de 2007.
Comentários
Abs!
Mas entendo e respeito as qualidades dele, por vc apontadas. Só que pra mim, nao colou.
Rogério, O Cara não tem nada de idiota, afinal idiota é quem faz idiotices.
Já o Fargo, vou assistir em 20 minutos. Amanhã lerei sua resenha e comentarei.
Abraço!
Abs
Adorei o filme e bolo de riz com o discurso que o gordão faz quando vai jogar as cinzas do amigo na praia
Essa parte, pra mim, é uma das mais engraçadas do filme. Alguém lembra? Sei esse diálogo de cor, entre o Cara e o Jesus Quintana (personagem de John Turturro):
Jesus Quintana: You ready to be fucked, man? I see you rolled your way into the semis. Dios mio, man. Liam and me, we're gonna fuck you up.
The Dude: Yeah, well, you know, that's just, like, your opinion, man.
Jesus Quintana: Let me tell you something, pendejo. You pull any of your crazy shit with us, you flash a piece out on the lanes, I'll take it away from you, stick it up your ass and pull the fucking trigger 'til it goes "click."
The Dude: Jesus.
Jesus Quintana: You said it, man. Nobody fucks with the Jesus.
Walter Sobchak: Eight-year-olds, Dude.
Jesus Quintana: Nobody fucks with the Jesus!