Conduta de Risco

Michael Clayton – Tony Gilroy – 2007 (Cinemas)

Eu não sou o cara que você mata! Eu sou o cara que você suborna.

Em Hollywood quando um filme se trata de redescobrimento pessoal, mudanças de atitude e comportamento, o título da película é o nome do próprio protagonista. Aconteceu com Jerry Maguire (1996) e Jackie Brown (1997). Aqui no Brasil, Michael Clayton perdeu espaço para uma frase que nada tem a ver com o filme. E ainda dizem que em Portugal eles são burros.

Michael Clayton (George Clooney – o novo Tom Hanks de Hollywood, ou seja, o novo queridinho da academia), o autor da frase acima, é um advogado, mas sua especialidade está longe das diversas áreas do direito, ele é qualificado para “limpar” sujeiras dos clientes do escritório em que trabalha, o renomado Kenner, Bach & Ledeen's, onde tem a total confiança do chefão Marty Bach (Sydney Pollack).

Arthur Edens (Tom Wilkinson – podia tá melhor) também poderia emprestar seu nome para o filme. Advogado da Kenner, Bach & Ledeen's, especialista em tribunais, ele é amigo de Michael Clayton. Trabalhando num importante caso da firma, a empresa alimentícia U/North, ele tem um surto e tira a roupa numa audiência, para desespero dos sócios do conglomerado dos alimentos.

Karen Crowder (Tilda Swilton – ótima atriz, mas exagerada demais aqui) não poderia emprestar seu nome a película, e por um só fato, ela se conhece bastante e nem passa por sua cabeça mudar, pode o mundo desabar. No dialogo, logo no inicio do filme, isso fica evidente quando a jornalista que a entrevista pergunta onde ela acha equilíbrio como mulher no mundo dos negócios. Ela é uma executiva da U/North responsável por “limpar” as sujeiras da industria. Pupila e de total confiança do chefão da empresa, ela é escalada para resolver o problema de Arthur, o advogado surtado.

Michael Clayton é escrito e dirigido por Tony Gilroy, mais conhecido como roteirista de Advogado do Diabo (1997), o diretor de fotografia é o parceiro de Paul Thomas Anderson, Robert Elswit, que faz outro excelente trabalho, numa fotografia fria e azulada, e o filme é produzido pelos pesos pesados da industria, George Clooney, Steven Soderbergh, Sydney Pollack e Anthony Minguella.

Comentários

Kamila disse…
Cassiano, você é o primeiro que vejo que não elogia demais o Tom Wilkinson e a Tilda Swinton.

Ainda não assisti ao filme, mas, em certos pontos, o Michael Clayton me lembra o Mandrake, um advogado também especializado em limpar sujeiras de seus ricos clientes. Só não sei ainda se, no filme, o Clayton também é um ávido admirador de mulheres e vinho. :-)
Anônimo disse…
O título é fraco mesmo, deveriam manter o original. Você sabe que eu gostei muito do filme, né? Por isso discordo um pouco quando às atuações, afinal não vi uma dupla melhor de coadjuvantes nesse ano que não fosse o Tom Wilkinson e a Tilda Swinton. O primeiro tem um início brilhante (naquele discurso em off), já Tilda é o grande nome do filme e merecia um Oscar. Enfim, opiniões...
Museu do Cinema disse…
Puts Kamila, não tinha associado, mas é exatamente isso, perspicaz sua analogia. Tem muito a ver sim, mas tira o vinho e as mulheres, pelo menos nesse filme.

Oi Vinicius, eu tb gostei muito do filme, só não das atuações, mas acho que por ser fã dos 3 esperava mais, o Clooney tá melhor em Syriana, a Tilda tá exagerada demais, a cena final ela quase estraga, e o Wilkinson tb ficou devendo, eles podem muito mais que isso, talvez o diretor estreante não soube lidar e captar os melhores momentos do trio. Mas como vc disse é tb minha opinião e nesse caso estou sozinho. Mas me sinto muito confortavel pq adoro os 3.
Rogerio disse…
O velho problema das "traduçoes" de títulos aqui no Brasil.
Por curiosidade, como foi lançado esse filme em Portugal, alguem sabe?
Museu do Cinema disse…
Rogério, em Portugal chama-se Michael Clayton - Uma Questão de Consciência.

Pelo menos eles conservaram o título original e adicionaram algo q tem a ver com a trama, apesar de quase entregarem o final.

O tradutor, ou seria ignorante brasileiro? Colocou Conduta de Risco, parece filme do Stallone.
Kamila disse…
A questão dos tradutores e títulos de filmes no Brasil sempre foi muito séria. Eles se saem com cada coisa...
Otavio Almeida disse…
Cassiano, eu gostei do filme. Gostei muito das atuações também, mas se Clooney está melhor nesse filme ou em SYRIANA, isso é simplesmente questão de opinião. O que importa é que seus filmes estão cada vez melhores. Ou no mesmo nível.

Parabéns pela bela análise envolvendo os nomes dos personagens. Ficou ótimo!

Abs!
Museu do Cinema disse…
É Kamila, sai cada coisa.

Otávio, eu sou fã do Clooney, mas não gostei muito da atuação dele no filme, mas como disse, é minha opinião, e sei que sou o único.

Obrigado, achei que explicando um pouco sobre as personagens ficaria melhor falar sobre o filme, que bom que gostou!
Unknown disse…
Caramba, eu estou me sentindo um chato mesmo, Cassiano. Não sei por que não consigo sentir vontade de ver esses lançamentos com George Clooney, Robert Redford e cia. Talvez porque eles me pareçam muito iguais na forma... Fato é que não dá vontade.

Tô por fora...

Abs!
Museu do Cinema disse…
Acontece Dudu, mas não acho chato não, é que passamos o ano inteiro bombardeados de caça niqueis hollywoodianos, é Homem-Aranha 27, X-Men 32, Senhoras dos Anéis...

Ai chega o fim do ano e vem as produções do Oscar, que só tem um objetivo, conquistar uma indicaçãozinha para melhor penteado masculino e estampar na capa do DVD (1 INDICAÇÃO AO OSCAR).

E nós, nos sujeitamos a isso todos os anos e porque?
Rogerio disse…
Senhoras do Anéis foi boa ,kkk

Cassiano, vou mudar pra Portugal heheh.
Museu do Cinema disse…
Pois é Rogério, os profissionais de lá são mais competentes que os nossos em traduções de filmes.
Romeika disse…
Cassiano, dizer que a Tilda Swinton estah exagerada demais nesse filme eh quase sacrilegio! A achei excelente e um dos grandes destaques do filme. Concordo com relacao a pessima escolha do titulo brasileiro, o titulo original jah diz tudo.
Museu do Cinema disse…
Sacrilégio ou não Romeika, é a minha opinião, sou fã da atriz, mas nesse filme, por diversas razões que pontuei aqui nos comentários, ela tá demasiadamente exagerada (para piorar o sacrilégio...)

Não vá me dizer que achou ótima a interpretação dela no dialogo final com o Clooney, onde ela parece criança fazendo careta de espanto!
Ramon disse…
Já li algumas resenhas que descrevem o Conduta de Risco como o redescobrimento da ação em forma de diálogos. Estou bastante ansioso, e sua resenha só favoreceu isso.
Belo post!
Museu do Cinema disse…
Valeu Ramon, acho que a ideia é essa mesmo dos diálogos.

Já li tb que ele pode ser indicado ao Oscar de melhor filme, acho um pouco exagerado, mas...
Romeika disse…
Ah, Cassiano, eu adorei cada segundo da Swinton no filme, mas..questao de opiniao mesmo:-)
Museu do Cinema disse…
Pois é Romeika, o Globo de Ouro te deu razão, eu no lugar dela teria vergonha, mas...
Anônimo disse…
Achei o filme bem fraquinho e um absurdo o George Clooney entre as melhores atuações do ano (não que esteja ruim, mas não vejo nada demais). Gostei do roteiro, mas é um filme que termina e você se pergunta. Tá, e daí?

Gostei da sua analise, só discordo quanto a atuação da Tilda, achei boa.
Museu do Cinema disse…
Oi Jorge, valeu! O Clooney � o Tom Hanks da vez em Hollywood.