Acossado

À Bout de Souffle – Jean-Luc Godard – 1960 (DVD)

New York Herald Tribune. New York Herald Tribune. New York Herald Tribune.

Estandarte do movimento da nouvelle vague francesa, Acossado é o filme que melhor definiu e dogmatizou o movimento. Usando uma narrativa não linear, uso da edição com cortes bruscos nos diálogos, uma cadeira de rodas em vez dos caros trilhos de câmera e um roteiro afiado, a película rendeu uma refilmagem norte-americana com Richard Gere, A Força do Amor (1983).

É como a história do homem condenado à morte. Ele sobe no cadafalso, escorrega e diz: “não é o meu dia”.”.

Michel Poiccard (Jean-Paul Belmondo) é um jovem delinqüente e inconseqüente. Após matar um policial, ele retorna a Paris para se livrar da perseguição e procurar ajuda. Volta também por causa da bela estudante norte-americana Patricia Franchini (Jean Seberg). O roteiro com história do cineasta François Truffaut era produzido diariamente. Os atores chegavam ao set e recebiam de Godard a cena e os diálogos. O diretor faz uma ponta como um transeunte que denuncia Poiccard depois de ver no jornal sua foto.

É a vida. Denunciantes denunciam. Assaltantes assaltam. Assassinos assassinam. Amantes amam.

Comentários

Ramon disse…
Cassiano, está aí um cineasta altamente consagrado o qual sempre procurei algum trabalho para assistir, mas não encontro em lugar nenhum. Acho que só encontrarei o dia que morar em São Paulo ou algum outra metrópole onde tenham locadoras especializadas em atender cinéfilos.
Fico até meio triste lendo o post e não poder conferir o filme.
:(
De qualquer forma, belo post.
Museu do Cinema disse…
É verdade Ramon, imagino que seja dificil, uma pena!
Kamila disse…
"Acossado" é um dos filmes que sempre estão naqueles livros de melhores filmes de todos os tempos. Tenho que conferir esta obra.

Assim como o Ramon, assisti a quase nada do Jean-Luc Godard. É muito difícil encontrar filmes dele, do Truffaut, para citar outro cineasta famoso francês.
Museu do Cinema disse…
Pois é Kamila, Acossado é o desbravador de todos esses grandes filmes do Tarantino e do Scorsese.
Kamila disse…
Pena que o filme, Cassiano, não tenha a mesma distribuição daqueles aos quais influenciou...
Unknown disse…
Eu tenho uma séria implicância com a nouvelle vague. Séria mesmo. Acho Godard chato. Para não dizer que não gosto de nada dele, acho "Alphaville" muito bom. Mas de resto, nada me agrada, nem "Acossado".

Já o Truffaut, acho péssimo. Já me disseram "é porque você não viu os filmes bons dele". Vi sim! Inclusive, alguns eu tive a oportunidade de ver no cinema, na tela grande. Eu tive uma professora, figuraça, a quem eu adorava, que me dizia: "Eduardo, quando você for adulto vai gostar de Truffaut". Se for isso mesmo, ainda sou uma criança.

Abs!
Museu do Cinema disse…
Ahhh Kamila, essa é uma polêmica grande, será que teria procura?

É Dudu, eu te confesso que não sou dos maiores fãs, mas gosto, e principalmente respeito os dois, mais o Chabrol, pois são influênciadores de nomes que sou fã como Tarantino e Scorsese. Pulp Fiction por exemplo só seria possivel depois de Acossado.

Mas de uma coisa vc vai concordar comigo, eles dão um charme a essa coisa de cinema, que nenhum outro cineasta conseguiu, talvez um pouquinho só o Scorsese.
Otavio Almeida disse…
Cassiano, engraçado que eu acho que esses movimentos de câmera do Godard, principalmente em ACOSSADO, influenciaram cineastas como Martin Scorsese. Digo isso pq tem crítico que diz que Marty descobriu um novo estilo de direção em CAMINHOS PERIGOSOS. Mas acho que muitos não viram filmes do Glauber Rocha e do Godard...

O que acha?

Abs!
Museu do Cinema disse…
Sem duvida Otávio, não tem questionamentos sobre isso a partir do momento em que o próprio cineasta fala abertamente do assunto!
Kamila disse…
Cassiano, eu acho que teria público, sim, para esse tipo de filme. Talvez, numa sessão de arte ou numa sala de cinema que tem uma programação mais alternativa. Eu acho que existe público para todo tipo de filme.
Museu do Cinema disse…
Bom, eu discordo Kamila, eu acho que esse tipo de filme, e ai vamos falar como se ele fosse novo, não teria como concorrer por exemplo com Superbad.

Acho que existe sempre duas mãos, os exibidores, que só pensam no dinheiro, as vezes nem gostam de cinema, e o público, que acho eu, não é de maioria cinéfila.

Agora, existe esperança Kamila, vi INLAND EMPIRE numa sala pequena, mas que estava cheia, pq foi muito bem divulgado, e na sessão que vi apenas 3 pessoas sairam antes do final. Ou seja, estavamos ali no meio de cinéfilos mesmo, fãs do cineasta.
Otavio Almeida disse…
Cassiano, não consegui mesmo ingresso para a sessão de hoje de ANTES QUE O DIABO SAIBA QUE VOCÊ ESTÁ MORTO.

Mas consegui para o encerramento da Mostra, na quinta-feira, com ONDE OS FRACOS NÃO TÊM VEZ, dos Irmãos Coen.

Abs!
Museu do Cinema disse…
Realmente, dois filmões Otávio.

Acho que suas escolhas foram corretas, deve ser dificil mesmo, imagino a sua situação, e tem hora que essa correria cansa.
Unknown disse…
Cassiano, eu acho que Tarantino tem mais influência mesmo é do Brian de Palma e do Scorcese. Porém, já li que, realmente, ele venera Godard. Tanto que o nome de uma de suas produtoras é Band a part, em referência ao francês.

Eu acho os filmes dele muito distantes da nouvelle vague. Também, pegamos um exemplo complicado... Tarantino é meio camaleão.

Eu e minha implicância com o cinema francês... hahaha...

Abs.
Kamila disse…
Cassiano, eu cansei de ir à sessões de arte lotadas no cinema. Infelizmente, a única sessão de arte que temos hoje aqui em Natal, acontece todos os dias, às 15hs., e acaba pegando gente que nem tinha interesse de ver o filme considerado de arte. Por um lado isso é bom, porque apresenta este tipo de filme para outras pessoas. Por outro, colocar uma sessão dessas às 15hs, mostra o quanto os donos de cinema ligam para filmes que não têm esse apelo geral.
Museu do Cinema disse…
Dudu, do Brian De Palma eu só tiraria a homenagem maravilhosa que o Tarantino fez para ele em Kill Bill, não acho que seu cinema tenha muito a ver com o De Palma, apesar dos dois serem gênios.

Ao Scorsese tem algumas semelhanças sim, poucas é verdade, mas tem! Já do Godard é total!

Kamila, eu não gosto muito desse rótulo de "filmes de arte" acho que são prejudiciais, mas é coisa pessoal mesmo! Acho que o futuro deles são mesmo essas salas pequenas com sessões a tarde.
Romeika disse…
Ainda não vi esse filme, mas a cena clássica do início do texto todo cinéfilo conhece. Me lembrei agora de "Os Sonhadores".
Dewonny disse…
De Godard eu só vi 2 filmes até então, "Elogio ao Amor" que gostei e "Rei Lear" que não gostei, mas ainda tem muito filme pra ver dele, esse "Acossado" é um dos que qualquer dia eu ei de assistir!