Kundun
Kundun – Martin Scorsese – 1997 (DVD)
Esse filme rendeu ao cineasta uma proibição permanente de ir ao Tibet.
Esse filme rendeu ao cineasta uma proibição permanente de ir ao Tibet.
Foi durante a pré-produção do filme que a mãe de Martin Scorsese, Catherine Scorsese, morreu. Atriz da maioria de seus filmes o filme é dedicado a ela.
Com roteiro escrito pela ex-esposa de Harrison Ford, Melissa Mathison, baseada na vida real do Dalai-Lama, Kundun tem imagens belíssimas, mas peca no enredo e no ritmo do filme, o que sobra em outras obras do diretor nova-iorquino.
A história de vida do 14º Dalai-Lama, desde seus 2 anos de idade, com a descoberta e seu treinamento até a fuga para Índia, por causa da invasão comunista da China, é mostrada com beleza e em cenas inesquecíveis, mas por muitos momentos se arrasta.
Com um elenco na maioria de não atores, a direção de fotografia, a cargo de Roger Deakins – constante colaborador dos irmãos Coen, e a edição da película, com a sempre craque Thelma Schoonmaker, eterna parceira de Scorsese, são os responsáveis pelos grandes momentos de Kundun, juntamente com a sensacional trilha sonora de Philip Glass.
Kundun é como os tibetanos chamam o Dalai-Lama, e significa A Presença.
Com roteiro escrito pela ex-esposa de Harrison Ford, Melissa Mathison, baseada na vida real do Dalai-Lama, Kundun tem imagens belíssimas, mas peca no enredo e no ritmo do filme, o que sobra em outras obras do diretor nova-iorquino.
A história de vida do 14º Dalai-Lama, desde seus 2 anos de idade, com a descoberta e seu treinamento até a fuga para Índia, por causa da invasão comunista da China, é mostrada com beleza e em cenas inesquecíveis, mas por muitos momentos se arrasta.
Com um elenco na maioria de não atores, a direção de fotografia, a cargo de Roger Deakins – constante colaborador dos irmãos Coen, e a edição da película, com a sempre craque Thelma Schoonmaker, eterna parceira de Scorsese, são os responsáveis pelos grandes momentos de Kundun, juntamente com a sensacional trilha sonora de Philip Glass.
Kundun é como os tibetanos chamam o Dalai-Lama, e significa A Presença.
Comentários
Junto com "O Aviador", "Kundun" é um dos filmes da obra do Scorsese que eu olho e não enxergo nada que seja fiel aos elementos de sua direção. Eu não vejo aquela marca própria do Scorsese.
O engraçado disso é justamente constatar o fato de que esse filme não é uma obra-prima. Não é algo que fica marcado em nossas lembranças.
A Thelma realmente é parcerassa do Scorsese, hein?! E o engraçado é que ela parece uma senhora distinta e tradicional. Algo que torna o seu trabalho ainda mais surpreendente.
Abraço!
Já vejo muitos maneirismos de Scorsese em O AVIADOR (a Kamila disse que não vê). Acho que parece um filme dirigido por ele.
Por exemplo, não vejo muito dos tiques de Woody Allen em MATCH POINT. Mas e daí? É um filmaço!
Abs!
Abs!
Tendo dito isto, Otávio, eu acho bom quando os cineastas nos surpreendem com algo novo, como é o caso de Woody Allen e seu "Match Point". O que me incomoda profundamente em "O Aviador" é ver o Scorsese se render - neste filme - a uma fórmula que ele acreditava que poderia lhe render o Oscar - e que acabou não rendendo porque ninguém acredita nesse tipo de transformação, entende?
De resto, concordo com a Kamila.
Já discutimos MATCH POINT, Cassiano? Tinha me esquecido. :)
Não é que eu acho que um diretor-autor tenha que nos surpreender com algo novo. Eu assisto a um filme de Scorsese ou Allen esperando a marca deles. Juro! E eu até prefiro assim. Mas quando eles mudam, penso que são artistas que têm o direito de fazer isso, sabe? Aí... eu tenho que analisar o filme como ele é.
MATCH POINT pode ser visto como uma releitura de "Crime e Castigo", de Dostoiévski. Allen já mostrou essas influências em CRIMES E PECADOS. Na minha opinião, as semelhanças com o bom e velho cinema de Allen param aqui. Mas é um belíssimo filme. E está entre os seus melhores trabalhos. Nessa nova fase inglesa, eu vejo mais de Woody Allen, em SCOOP. E ironicamente, prefiro MATCH POINT.
No caso de KUNDUN, por exemplo, a religião sempre foi uma força nos filmes de Scorsese. Acho que para compreender a minha religião, eu preciso entender como funciona a outra (e tantas outras). Vejo KUNDUN desta forma. E acho um filme belo e hipnotizante.
Abs!
Ah! Não sabia que os Stones iam terminar... de novo...
Eu acho que Matchpoint é um filme extremamente rico, por isso gera todos esses debates a ponto de achar que foge da filmografia de Allen. Com certeza é um de seus melhores filmes, e tá longe de Scoop, apesar de gostar tb desse.
Match é menos engraçado e não tem as piadas inteligentes do Woody, mas acho que a principal "estranheza" é a falta do Woody Allen, ou seja, do sujeito esquizofrênico, nervoso e atrapalhado dos filmes do cineasta. Se vc pegar Melinda e Melinda, principalmente a parte dramática da trama, verá muito elemento de Matchpoint.
A coisa da mulher ser mais inteligente, tá lá, a cidade como um ator, no caso Londres, tá lá, os dialogos inteligentes, tá lá.
O dificil do Woody Allen é que ele não tem um estilo de câmera ao filmar, ao contrário de Scorsese, Leone e Tarantino, por exemplo. Mas ele é carregado de grife, talvez mais ao estilo Robert Altman, apesar desse ter bem definido um estilo.
Concordo contigo em Kundun, o filme é belo, mas no caso o mérito não é do Scorsese. Pórem quem é o responsavel por escalar o diretor de fotografia e de edição?
Mudar é sempre bom, descobrir coisas novas, talvez eu esteja sendo um pouco fã demais.
Grande abraço!
No caso de "O Aviador", a única coisa que eu vejo em comum entre Scorsese e filme é que eu acho que o Scorsese colocou na tela todo o seu amor pelo tempo áureo do cinema e que é um trabalho que ele faz constantemente fora da tela, com sua dedicação à restauração de filmes antigos. Eu acho que "O Aviador" é a homenagem dele a esse tempo áureo, a esse estilo de vida e a uma Hollywood antiga, que não existe mais.
Como eu disse anteriormente, o fato que mais incomoda é mesmo se render a uma fórmula certa. E a gente bem sabe que Scorsese não tem fórmula. Ele não precisa desse tipo de coisa.