Cassino

Casino – Martin Scorsese – 1990 (DVD)

Ace Rothstein (Robert De Niro): Quando você ama uma pessoa, precisa confiar nela. Não há outro jeito. Você precisa dar a ela a chave da sua vida. Se não for assim de que adianta? E, por um momento, achei que tinha um amor assim. Muito antes de dirigir um cassino ou ter sido explodido com o carro, Ace Rothstein era um tremendo palpiteiro. Posso afirmar isso. Era tão bom que, quando apostava, alterava as probabilidades de qualquer bookmaker do país. Estou falando sério, sabia tão bem que me foi dado o paraíso na Terra. Me deram um dos maiores cassinos de Las Vegas para dirigir, o Tangiers.

Nicky Santoro (Joe Pesci): Ninguém sabia dos detalhes na verdade, mas era para ter sido perfeito. Ele tinha a mim, Nicky Santoro, seu melhor amigo, lhe dando cobertura, e ele tinha a Ginger (Sharon Stone), a mulher que amava, nos seus braços. Mas, no final das contas, nós fudemos tudo. Devia ter dado tudo certo. Mas foi a última vez que bandidos de rua, como nós, receberam algo tão valioso.

Ace Rothstein: Em Vegas, para uma garota como Ginger, amor custa dinheiro. A missão da vida de Ginger era dinheiro. Ela era uma rainha no cassino. Ela trazia grandes jogadores e os fazia gastar muito. Quem não queria a Ginger? Ela era uma das mais conhecidas, queridas e respeitadas prostitutas da cidade. Já o Nicky, ele adorava ser um gangster. E ele não se importava se soubessem... E Nicky, sendo quem era, se fez ser notado.

Nicky Santoro: Ace via Vegas de um jeito. Eu via de outro. Um lugar inexplorado... E as vezes eu tinha que repetir para ele. Hei, olha, nós viemos aqui para roubar.

A obra-prima Cassino tem uma narrativa inovadora, e muito bem usada para explorar toda a complexidade do roteiro e do livro. As personagens de De Niro e Pesci são os narradores da trama, ao mesmo tempo em que são observadores e comentaristas das cenas que estamos assistindo, um recurso de um cineasta acostumado a criar e ser sempre bem sucedido nelas. A trilha, uma das melhores do cinema, é recheada de todos os estilos musicais, e impossível não relembrar das cenas quando se ouve. Ouça aqui Satisfaction, na voz da mais incompreensível e inovadora banda de todos os tempos, Devo, e tente relembrar a cena que toca.

Comentários

Romeika disse…
Ótima seleção de narrações e muito bom o comentário final, Cassiano. Nunca li o livro mas o filme tem uma narrativa única muito bem orquestrada pelo Scorsese. As atuações são marcantes, com destaque para a Ginger da Sharon Stone. A cena mais marcante pra mim é um dos assassinatos finais, aquele fica na memórica de tão chocante, mas felizmente, como de costume nos filmes do diretor, não há violência gratuita.
Museu do Cinema disse…
Obrigado Romeika, realmente Sharon Stone impressiona, no dvd tem uma entrevista com ela muito emocionada comentando sobre seu papel.
Kamila disse…
Também adorei o texto, Cassiano. Acho "Cassino" um excelente filme. Complexo em sua estrutura, mas de um desenvolvimento ímpar e performances sensacionais. Uma verdadeira obra-prima, como você bem disse.

Boa semana!
Alex Gonçalves disse…
Adoro demais este filme. Além de marcante pelo fato de ser a última colaboração de Robert De Niro com Scorsese, ainda entrega um dos melhores desempenhos da minha musa Sharon Stone (maldito o Oscar que não foi parar nas suas mãos!). Dá vontade de desejar que as três horas de metragem nunca terminei tamanha a excelente experiência.
Alex Gonçalves disse…
Há, nunca mais vi a edição dupla do filme nas lojas de venda. O filme contêm um bom material extra e bastante entrevistas? Espero um dia encontrá-lo novamente nas Lojas Americanas para colocar na minha prateleira.
Excelente semana!
Museu do Cinema disse…
Sim Alex, é um disco só de extras!
Rogerio disse…
Filmasso, deu vontade de ver novamente agora, lendo as falas.
Anônimo disse…
Não chega a ser dos melhores do Scorsese, mas sem dúvida é um ótimo filme. Para mim o grande destaque é a Sharon Stone.

Abraço!
Marcus Vinícius disse…
Baita filme, agora me deu vontade de rever também, hehehe (esse e Fogo contra Fogo). Aquela cena quando tão enterrando o Joe Pesci... que coisa mais violenta, boa demais.

Saudações tricolores e até mais.
Ramon disse…
Quando lembro desse filme, imediatamente vem a cena da morte do personagem de Joe Pesci.
Lembro que quando assisti, fiquei perturbado uns 3 dias.
Lembrando dele, já começo a me perguntar se é melhor ou não que The Goodfellas.
Grande Scorsese... e grande Cassiano:
Ótimo post!
Otavio Almeida disse…
Eu não quero comentar sobre CASSINO, pq só vi o filme uma vez.

Mas na época, eu não gostei de algumas coisas. E achei que a parceria entre Scorsese e De Niro poderia dar um tempo. Só não achei que esse tempo seria "tanto tempo" assim. Gosto da atuação de Sharon Stone, mas... Enfim, me pareceu um BONS COMPANHEIROS de segunda mão. Mas quero ver de novo...

Abs!
Museu do Cinema disse…
Num primeiro momento sim, principalmente pelo uso de várias técnicas inovadoras nos dois filmes, mas as histórias são completamente diferentes, e isso é que é legal, e principalmente por ser duas histórias das mais ricas.