Marie Antoinette

Marie Antoinette – Sofia Coppola – 2006 (Cinemas)

Dizem que os animais quando fora de seu habitat são imprevisíveis. Nesse filme são duas mulheres deslocadas.

Primeiro, obviamente, Marie Antoinette (Kirsten Dunst) nascida na realeza Austríaca, a adolescente é dada ao rei da França, Louis XV (Rip Torn) para seu neto, Louis XVI (Jason Schwartzman). Rapidamente ela descobre a futilidade da corte francesa de Versailles e o casamento não se consuma (leia não tem sexo). Comidas, jóias, sapatos, vestidos e cabelos, além claro da fofoca servem de passatempo para a futura rainha da França.

O filme é muito bem construído e uma cena em particular chama bastante a atenção, no meio de dezenas de sapatos coloridos de época, um tênis all star azul é mostrado rapidamente. É um ar do século XXI na corte francesa do século XVIII, assim como a trilha sonora repleta de rock moderno.

A segunda pessoa deslocada no filme é a diretora, Sofia Coppola. Com um tema que ela domina como ninguém, a cineasta se perde no momento em que tenta imitar o pai famoso, Francis Ford Coppola, e principalmente sua obra-prima, O Poderoso Chefão (1972). Se o filme fosse mais simples teria tanto sucesso quanto seus filmes anteriores.

Comentários

Susana Fonseca disse…
Não é mau, aliás é razoável e peculiar, mas Sofia Coppola já fez bem melhor.
Por enquanto fico-me pelo "Lost in Translation".
Túlio Moreira disse…
Puxa, Cassiano, juro que foi coincidência (dá uma olhadinha lá no kabuki, hehehehehehe)

A imagem do all star resume perfeitamente a mensagem que Coppola quis passar com essa pequena obra-prima (melhor filme do ano, acho difícil algum outro mudar minha opinião): Maria Antonieta é qualquer pessoa de hoje em dia, que ouve rock e vai a festas, mas se sente presa numa gaiola e sem saber nem por alto onde está a saída.

Pra mim, tão bom quanto ENCONTROS E DESENCONTROS.

abração!
Museu do Cinema disse…
Sim, Lua, o grande problema de Marie Antoinette é querer ser um filme melhor do que é.


Menos Túlio, bem menos, o filme é bom, mas a Sofia ficou devendo.
Carla Martins disse…
Quero muito assistir ao filme, acho que vou gostar!

Beijo
Túlio Moreira disse…
Acho que não, Cassiano. Aquela cenas do "estado natural de Rosseau" foram das coisas mais indizivelmentes belas que alguém já conseguiu levar para o cinema. E a passagem da brincadeira da testa, quando Maria Antonieta pergunta "Eu estou aqui?"! Puxa, aquela cena me deu um nó na garganta... achei o filme irretocável.

abs!
Otavio Almeida disse…
Ugh!

Mas interessante sua observação sobre O PODEROSO CHEFÃO, CAssiano! Muito bem...

Abs!
Museu do Cinema disse…
Carla, vale a pena ver o filme, é bom! Não espere muito como eu esperava!

Túlio, por já te conhecer há algum tempo sei que quando vc gosta de um filme vc vai transformando ele numa coisa maior. O filme é bom, mas é cheio de defeitos e muitas limitações. Esperava mais da Sofia, em todo o caso, ela se confirma uma boa cineasta. Agora a França detonou, e ela foi muito boazinha com a rainha degolada, aquela frase mesmo...aquilo é lei na França que ela falou.
Museu do Cinema disse…
Pois é Otávio, eu achei que ela quis ser mais do que devia, principalmente em certas cenas, como as óperas, aquela parte no jardim de sua nova residência.

Acho que nesse ponto ela queria mostrar que tb pode ser Francis, pois sangue ela tem.
Otavio Almeida disse…
Tá... interessante... mas de qualquer forma, a guria tem jeito... ela se recupera no próximo filme.

Abs!
Anônimo disse…
Cassiano, nao consegui entender o paralelo entre "The Godfather" e "Maria Antonieta".

Concordo quando vc diz que o filme eh imperfeito e apresenta algumas falhas, mas eu acho que eu sou como o Tulio, entao...Quando gosto de um filme posso acabar por transforma-lo em algo maior..Nao sei, gostei tanto que os defeitos que vi a primeira vista jah desapareceram da minha mente.

Ou talvez pq eu assista aos filmes mais como cinefila do que como critica (algo que nunca serei, nem quero ser).
Museu do Cinema disse…
Oi Romeika, o paralelo é querer transformar seu filme, Marie Antoinette, em uma obra "essencial" como é O Poderoso Chefão, o filme tem essa pretensão!

Outros paralelos são em cenas, mas nesse caso estaria forçando demais.

Eu tb tenho essa tendência, principalmente quando o filme é bombardeado de críticas, fui assim com O Código Da Vinci, apesar de achar que é um filmão ainda.

Quanto a ser crítico não é minha intenção mesmo, tanto que só comento filmes que gosto, portanto gostei de Marie Antoinette, só que ele é muito menos do que pretende ser, e talvez os críticos tenham lenhado o filme.
Anônimo disse…
Cassiano, entendo o que vc quer dizer, soh nao consigo ver esse mesmo paralelo, mas tudo bem. Eu sei que vc escreve aqui como cinefilo e nao critico, nao precisava se explicar rsrs.. e que vc gostou do filme, soh nao achou essas maravilhas todas..

Bom fds
^^
Anônimo disse…
É um filme para ser visto em sua beleza visual, sem se ater ao roteiro ou interpretações. Não me agrada Sofia Coppola como diretora (para mim, do pai ela só herdou o nome).

(http://claque-te.blogspot.com): O Céu de Suely, de Karim Ainouz.
Alex Gonçalves disse…
Fiquei abismado com o trecho da filha tentando imitar o pai. Só mesmo vendo o filme para conferir esta suposta obsessão de Sofia ser tão aclamado quanto o pai. Gostei do trailer e gosto de Kristen Dunst em qualquer papel que não seja á insuportável Mary Jane.
Museu do Cinema disse…
Valeu Roberto pelo comentário.

Alex, a Mary Jane é até legal, mas eu só vi o primeiro Homem-Aranha.
Flávia disse…
Concordo com vc, gostei do filme mas achei que podia ser melhor...
Mas sobre a frase dos brioches (ou do bolo), nunca foi comprovado que Maria Antonieta tenha dito, aliás, grande parte dos historiadores afirma que ela nunca disse isso. O fato é que ela foi muito difamada pelos franceses na época da Revolução e até hoje é uma figura odiada na França. Mas não devemos acreditar em tudo que lemos nos livros de História, nem nos jornais, nem nos filmes...

Bjs!

Bjs!
Museu do Cinema disse…
Com certeza Flávia, devemos ter o nosso censo crítico para lermos e tirarmos nossas próprias conclusões, é uma pena que não ensinem isso nos colégios.