Nós que nos Amávamos Tanto

“Aviso, o Gianni vai mergulhar no fim desta história que teve início há 30 anos”.
Gianni Perego (Vittorio Gassman), Antonio (Nino Manfredi) e Nicola Palumbo (Stefano Satta Flores) são três amigos. Gianni é advogado e ambicioso, um burguês, Antonio, enfermeiro e sonhador, um proletário, Nicola um cinéfilo revolucionário e crítico, um intelectual. Em comum a paixão pela mesma mulher, Luciana (Stefania Sandrelli).
“Eu sou contrário à amizade! É uma panela entre poucos, uma cumplicidade anti-social!”
Passados pela história da Itália, de 1945 a 1975, o filme percorre a vida desses três amigos contando como a vida seguiu para cada um deles, chegando ao reencontro 30 anos depois. Scola usa de artifícios teatrais – as personagens às vezes dizem seus pensamentos em direção a câmera. E inovações sensacionais para a época – a cena em que o preto e branco dá vida ao colorido, separando o tempo na trama é lindíssima, e também o “congelamento” da cena, enquanto a personagem dialoga sozinha.
“Com porcaria e lixo, sim senhor. Isso nos faz reconhecer os verdadeiros inimigos da coletividade. Os próprios falsos defensores da graça, da poesia e do belo e de todos os outros valores hipócritas de vossa culta burguesia”.
Uma grande homenagem ao cinema italiano, a Frederico Fellini, que faz uma ponta, junto a Marcello Mastroianni, interpretando a si mesmos, refilmando a famosa cena na Fontana de Trevi para La Doce Vita (1960), e a Vittorio De Sica, a quem o filme é dedicado, e a sua grande obra Ladrões de Bicicleta (1948).
“Hoje posso até dizer que foi Ladrões de Bicicleta que traçou o curso de toda minha vida futura”.
Mais uma vez, Armando Trovajoli nos entrega uma trilha inesquecível. Sua parceria com Ettore Scola pode e deve ser tão celebrada quanto a de Ennio Morricone e Sergio Leone.
“Viver como gostamos custa pouco porque não se paga com algo que não existe, a felicidade!”
Comentários
E como você bem lembrou, uma completa homenagem ao próprio cinema italiano. Que bom que cinéfilos como você não deixam filmes preciosos como esse cairem no esquecimento.
abs!
abs!
Abs!
Em se tratando de Buñuel, pelo menos uns seis clássicos! O já citado A Bela da Tarde, O Anjo Exterminador, O Cão Andaluz, Viridiana, O Discreto Charme da Burguesia e O Fantasma da Liberdade (meu preferido dele).
Agora quero partir também para conhecer outras filmografias importantes, como a do próprio Scola e também de Fellini.
abs!
Cassiano: PQP, Tolima... essa foi forte.
Marcus, vale a pena, esses filmes que vou focar a revisita foram lançados no Brasil. Tem pelo menos dois filmes indispensaveis.
Quanto ao nosso Grêmio amigo, tenho uma posição bem definida, desde o ano passado, sofremos com o ataque, tinhamos apenas 2 deles no time, Rômulo e Hugo, e foram simplesmente os dois vendidos. Vá lá que Tuta é até melhor que o Rômulo, mas Hugo ficou por isso mesmo. Fico preocupado pq ninguém fala nada a respeito, e olha que no ano passado era um ataque que prestava, mas a meia boca, esse ano meu amigo, é problema certo.
patricia-sanderson@hotmail.com
Assisti a ele ontem e fiquei muito emocionado.
Parabéns pelo Blog.
Abço
Vário do Andaraí