O Último Tango em Paris

Por Gutemberg Cruz (blog do gutemberg)
Pela primeira vez os limites do sexo era testado no cinema de forma tão explícita. Alguns consideravam revolucionários, outros pornográficos. Estávamos no auge da revolução sexual. O Último Tango em Paris, de 1972 conta a história da paixão, condenada ao fracasso, de um homem de meia-idade (Marlon Brando) por uma garota francesa sensual (Maria Schneider). Pela maneira como enfoca sexualidade e morte, o clássico de Bernardo Bertolucci causou forte impacto em todo o mundo, mas no Brasil ocorreu um fenômeno curioso. A censura implicou com a cena da manteiga e o filme entrou para a lista das obras proibidas. Simultaneamente, a censura não impedia que a cena fosse contada em detalhes, às vezes de forma até mais picante, nos jornais e revistas da época. A cena mais forte, que marcou a década e o imaginário de toda uma geração foi “a cena da manteiga”. E isso ficou no imaginário popular.
O filme não é pornográfico e sim intimista. Dois desconhecidos encontram-se num apartamento vazio, conversam, transam, brigam e procuram um sentido para suas vidas. Ele (Brando) está em crise porque a mulher acaba de cometer suicídio, sem deixar qualquer explicação. Ela (Schneider) está em crise porque não sabe se o futuro que deseja para si é um casamento com um jovem cineasta. Para ele, o mundo acabou e as coisas perderam o sentido. Para ela, está começando e os sentidos ainda são muito complicados. Entre estes dois seres tão diferentes, há apenas uma ponte: o sexo.

Indicado ao Oscar de melhor ator: Marlon Brando e Melhor diretor: Bernardo Bertolucci.
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