A Má Educação

La Mala Educación – Pedro Almodóvar – 2004

O filme demorou dez anos para ser feito, o único na carreira do diretor que explora o universo masculino, apesar das personagens principais serem travestis ou homossexuais. É também, na minha opinião, seu trabalho mais irregular.

Numa escola católica da Espanha, no início dos anos 60, dois garotos, Ignacio e Enrique, se apaixonam. Juntamente com Padre Manolo, o diretor da escola e professor de literatura, os dois meninos farão parte de um intricado jogo de medo, submissão e descobertas, com a pedofilia do padre que se sente atraído por Ignacio. Mais tarde, com o destino mudando suas vidas, os três voltarão a se encontrar novamente para acertar os ponteiros com o passado.

Enrique (Fele Martinez) tornou-se cineasta, apesar da falta de criatividade que atravessa. É procurado por Ángel (Gael García Bernal), um aspirante a ator que diz ser Ignacio, ele traz consigo um roteiro que conta à história dos dois e de Padre Manolo.

Comentários

Kamila disse…
Cassiano, concordo quando você diz que este é o filme mais irregular do Almodóvar.

Eu não gosto de "Má Educação". Acho a história do filme confusa, principalmente quando entra em cena a travesti interpretada por Gael Garcia Bernal.

Por o filme ser baseado em sua própria vida, acredito que o Almodóvar não teve o discernimento necessário para ir por um caminho mais claro na sua narrativa. Talvez ele tinha uma outra história em mente, e acabou saindo esta a que assistimos.

De qualquer maneira, é bom ver que ele acertou a mão novamente com "Volver".
Anônimo disse…
É o filme de Almodóvar com maior importância social. Funciona como denúncia e lembro-me de tê-lo visto declarar quando do lançamento do filme: No colégio onde eu estudava quando criança, um padre tinha um harém com mais de cem meninos. Chocante.
Museu do Cinema disse…
Kamila, acho que o filme peca por tratar demais do universo masculino. Mesmo assim é um filme denso, crítico e muito polêmico.

Acho que Volver, como o próprio nome já parece querer dizer, se trata de uma volta ao passado, não só pela trama, mas pela carreira de Almodóvar.
Museu do Cinema disse…
Realmente Túlio, a personagem do diretor é o alter-ego de Almodóvar. Alias, ele deixa isso claro na primeira cena.

A crítica é pesada realmente.

Ah, queria te perguntar porque tiraste os comentários de seu blog?
Anônimo disse…
Pelo contrário, Cassiano, acho que faltam filmes hoje no Cinema que retratem o universo masculino, porque parece que os cineastas estão num encanto permanente pelo mundo das mulheres (não querendo desmerecê-las). Sinto falta de filmes como O Segredo de Brokeback Mountain, que explora o lado do homossexualismo denominado "entre machos". Hoje vemos muitos filmes do tipo Assunto de Meninas ou Meu Amor de Verão, que não me causam tanto interesse quanto os títulos dedicados ao gênero masculino (especialmente ação e policiais).

Quanto aos comentários, estou estudando uma forma de recolocá-los (eu quis tirá-los para poder colocar mais posts de uma só vez). Por favor, se quiser comentar sobre algum post, meu e-mail é o cinema.kabuki@gmail.com (estou achando que vou fazer um post uma vez por semana com os "e-mails" dos leitores...)

Abs!!!!
Museu do Cinema disse…
Oi Túlio, não entendi pq vc discordou.

Concordo com vc que o universo homossexual seja pouco explorado, e quando fazem é cheio de esteriotipos, O Segredo de Brokeback Mountain é raro, não só pelo assunto, mas como forma de tratar o amor homossexual, seja de homem ou de mulher. Acho que vc quis dizer isso.
Museu do Cinema disse…
Nesse caso vou discordar de vc Túlio. Acho que o universo masculino é muito explorado! Senão vejamos, dos filmes sérios atuais tem Duas Torres (o nome é esse??) do Oliver Stone que centrará a trama em dois bombeiros masculinos, Os Infiltrados de Scorcese tb retratando o homem. O de Clint Eastwood tb...enfim, o mundo é machista e seu cinema tb. Talvez por isso Almodóvar seja tão cultuado.