O Homem Elefante
Elephant Man – David Lynch – 1980
Por Gutemberg Cruz*
“As pessoas rejeitam aquilo que elas não conseguem compreender”.
Eraserhead (1977) abriu caminho para O Homem Elefante. Foi a partir do primeiro longa-metragem de Lynch que Mel Brooks chamou o cineasta para filmar a história real de Joseph Merrick. Brooks, que produz o filme anonimamente para não confundir os espectadores que esperam dele algum tipo de comédia, escalou David Lynch depois de assistir uma cópia de Eraserhead.
O inglês John Merrick (John Hurt) era portador de uma doença que provocou terríveis deformidades em 90% do seu corpo. Baseado nessa história verídica o cineasta David Lynch construiu um filme simples e contido. Dr. Frederick Treves (Anthony Hopkins), um médico cirurgião descobre o paciente deformado e procura ajudá-lo, protegendo e escondendo dos curiosos. Mas a curiosidade humana é terrível, e chega a ser mórbida. Expor o paciente à sociedade para que este possa sobreviver com a curiosidade humana, ou escondê-lo para sempre de todos? Está aí o dilema. A dor do sofrimento do paciente deformado é equilibrada pelo amor e respeito do médico. A emoção transpira todo momento no decorrer da história.
A Londres do século 19 (pano de fundo no filme), na sua era vitoriana, mostra que o universo das relações humanas mudou pouco na questão de tolerância. A tragédia de uma pessoa transformada em “coisa” perde sua dignidade em função de ser diferente dos demais. A humanidade ainda não aprendeu a olhar os seus semelhantes respeitando suas diferenças. O que nos define como ser humano? Reflete Lynch. A trama é mostrada em preto e branco com cenas de contraste, sombra e luz, claro e escuro, som e silêncio. Impressionismo alemão com certeza. A câmara desliza nos personagens de forma delicada como convém ao tema, com atuação convincente, sólida e dramaticamente exemplar. Uma obra perfeita de sensibilidade.
Num primeiro momento o horror da maquiagem da personagem de John Hurt impressiona, mas a partir do momento que aquele humano começa a se mostrar é impossível não se sensibilizar com sua doença. Nos importamos tanto com a imagem que o conteúdo é supérfluo?
Por Gutemberg Cruz*
“As pessoas rejeitam aquilo que elas não conseguem compreender”.
Eraserhead (1977) abriu caminho para O Homem Elefante. Foi a partir do primeiro longa-metragem de Lynch que Mel Brooks chamou o cineasta para filmar a história real de Joseph Merrick. Brooks, que produz o filme anonimamente para não confundir os espectadores que esperam dele algum tipo de comédia, escalou David Lynch depois de assistir uma cópia de Eraserhead.
O inglês John Merrick (John Hurt) era portador de uma doença que provocou terríveis deformidades em 90% do seu corpo. Baseado nessa história verídica o cineasta David Lynch construiu um filme simples e contido. Dr. Frederick Treves (Anthony Hopkins), um médico cirurgião descobre o paciente deformado e procura ajudá-lo, protegendo e escondendo dos curiosos. Mas a curiosidade humana é terrível, e chega a ser mórbida. Expor o paciente à sociedade para que este possa sobreviver com a curiosidade humana, ou escondê-lo para sempre de todos? Está aí o dilema. A dor do sofrimento do paciente deformado é equilibrada pelo amor e respeito do médico. A emoção transpira todo momento no decorrer da história.
A Londres do século 19 (pano de fundo no filme), na sua era vitoriana, mostra que o universo das relações humanas mudou pouco na questão de tolerância. A tragédia de uma pessoa transformada em “coisa” perde sua dignidade em função de ser diferente dos demais. A humanidade ainda não aprendeu a olhar os seus semelhantes respeitando suas diferenças. O que nos define como ser humano? Reflete Lynch. A trama é mostrada em preto e branco com cenas de contraste, sombra e luz, claro e escuro, som e silêncio. Impressionismo alemão com certeza. A câmara desliza nos personagens de forma delicada como convém ao tema, com atuação convincente, sólida e dramaticamente exemplar. Uma obra perfeita de sensibilidade.
Num primeiro momento o horror da maquiagem da personagem de John Hurt impressiona, mas a partir do momento que aquele humano começa a se mostrar é impossível não se sensibilizar com sua doença. Nos importamos tanto com a imagem que o conteúdo é supérfluo?
O filme foi indicado oito vezes ao Oscar: Melhor Filme, John Hurt (melhor ator), David Lynch (melhor diretor), John Morris (melhor trilha sonora), melhor figurino, melhor cenário, melhor edição e melhor roteiro adaptado.
* Gutember Cruz é jornalista e blogueiro (blog do Gutemberg).
Comentários
Infelizmente, há só uma resposta, a de que tudo é baseado em fatos reais.