Miami Vice

“Tempo é sorte!”
Tony Montana, depois de 23 anos de controle do tráfico de drogas em Miami, torna-se intocável, frio e calculista. Seu amigo e braço direito, Manny, acha que dentro de sua equipe há policiais infiltrados. Desconfiado, ele passa a investigar dois membros experts em logística.
Se Brian de Palma se chamasse Bryan Singer provavelmente estaríamos vendo o filme que acabei de escrever a sinopse, como nem tudo está perdido na Hollywood das adaptações em quadrinhos-de-seqüências-intermináveis, ressuscitar a personagem complexa de Tony Montana só mesmo em Miami Vice e com Michael Mann no comando do espetáculo. A realidade crua e documental de Scarface (1983) é transportada para os dias atuais na mesma Miami ensolarada e abastada.
Miami Vice está mais para O Informante (1999) do que para Collateral (2004) ou Fogo contra Fogo (1995), filmes de Mann. Apesar de ser um clássico filme policial, com todos as simbologias possíveis de uma película de ação, Mann utiliza, juntamente com a fotografia, recursos visuais e tecnológicos para dar mais sabor a sua obra. Ferrari, aviões e lanchas que corre a 315 km por hora para ir de Miami a Havana tomar um mojito.
O australiano Dion Beebe, vencedor do Oscar por Memórias de uma Gueixa (2005), é o responsável pela direção de fotografia do longa, na sua segunda parceria digital com Mann (a primeira foi Collateral). O uso das câmeras digitais só faz aumentar o estilo conhecido da filmografia do diretor, que imprimiu também ações reais de como trabalha a polícia e os criminosos de Miami, inclusive estudando a campo as operações de agentes infiltrados.

Destaque também para a trilha sonora, que mistura o clássico de Nina Simone em “Sinnerman”, com o pop de Phil Collins em “In the Air Tonight”, em versões de Felix Da Housecat's Heavenly House Mix e Nonpoint, respectivamente, além de canções hispânicas, em especial o cantor madrileno, José Ortega Heredia, mais conhecido como Manzanita – pequena maça, com a contagiante “Arranca”. A trilha ainda tem o sucesso, também remixado, de "Numb", do Linkin Park.
Comentários
E concordo com o comentário que você deixou lá no blog: chega de filmes adaptados de seriados de TV. :-)
abs,
Túlio