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Two for the Money – D. J. Caruso – 2005

“Conheça o que você sabe, e conheça o que você não sabe. E saiba que eu devo saber tudo que você sabe o quanto antes você saiba...ou quase”.

Brandon Lang (o texano de sotaque carregado, Matthew McConaughey) é um homem apaixonado por esportes, principalmente futebol americano, onde ele construiu uma carreira como quarterback, até quebrar a perna num jogo e não poder mais voltar aos campos. Seis anos depois, Brandon começa a trabalhar novamente com esportes, desta vez dando dicas aos apostadores. Sua condição de ex-jogador e amante de esportes faz com que suas informações sejam precisas.

Walter Abrams (Al Pacino) é o dono de uma agência de informações de apostas em Nova Iorque, que descobre o talentoso Brandon em Las Vegas. Ex-viciado em apostas, Walter dirige uma equipe de informantes e tem um canal pago de informações para jogadores viciados. Casado com Toni (Rene Russo), uma mulher linda e inteligente, que está sempre de olho no marido, controlando seus vícios. Walter é um profundo conhecedor da psicologia humana, porque é ele mesmo quem tem os piores vícios, portanto sabe como ninguém como um viciado se sente. É bom ressaltar que Walter não é só viciado em jogatina.

Uma das cenas mais esclarecedoras do filme é quando Walter e Brandon vão a um encontro de apostadores viciados, uma espécie de alcoólicos anônimos para viciados em apostas. Lá Walter pede licença para discursar sobre a psicologia do viciado.

D. J. Caruso, diretor de "Roubando Vidas" com Angelina Jolie, mostra um aspecto visual muito interessante, mas esquece de desenvolver os personagens secundários, a exemplo de Jeremy Piven, o ex-protegido/talentoso ciumento, e um personagem sem nenhuma profundidade e que entra e sai sem maiores conseqüências, Armand Assante como Novian. Al Pacino volta a repetir o papel histriônico que vem marcando sua carreira, Walter Abrams pode muito bem ser trocado por John Milton (O Advogado do Diabo), ou por Tony D’Amato (Um Domingo Qualquer) ou Walter Burke (O Recruta).

O filme começa com a ambígua frase “baseado numa história real”, mas ninguém sabe em quem foi inspirado ou no que. É verdade que esse tipo de trabalho (informações para apostadores) existe, e é legal, nos EUA, mas os produtores e o diretor nunca comentaram de onde foram tiradas as “inspirações” da vida real.

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