A Volta do Poderoso Chefão
Godfather Returns – Mark Winegardner – 2005 (Livro)
Situando o livro entre a segunda e terceira partes da trilogia no cinema, Winegardner conta que havia escolhas que não achava convincentes. Mas sabia que o leitor estaria familiarizado com elas e teria de respeitar isso. Como a decisão de Kay (Diane Keaton), de fazer aborto."Não acho que nos anos 50 a esposa católica de um mafioso poderia fazer um aborto. Então defendo que era mentira. Kay perdeu o filho e tinha medo de não poder sair do casamento, que não suportava mais, porque Michael jamais lhe daria o divórcio. Então ela mente, ele bate nela, fica chocado com a própria reação e acaba aceitando a separação.
"O escritor deu também um novo sopro de vida a Johnny Fontane, vozeirão ítalo-americano protegido por Don Corleone, um personagem que acabou tendo sua importância diminuída, sob pressão, por conta das comparações a Frank Sinatra, que chegou a agredir Puzo pela lembrança.Winegardner se aprofunda ainda nas águas turvas da sexualidade de Fredo, irmão de Michael. No original, conta o autor, há menção de que Fredo é um "filhinho da mamãe", que vai para Las Vegas, torna-se promíscuo e engravida dançarinas. "Há um momento em que o "consigliere" Tom Hagen fala de Fredo, e Don Corleone, pela primeira vez em todo o livro, xinga. Puzo diz apenas que é um palavrão em dialeto siciliano. Hagen percebe que o Don sabe algo de Fredo, mas não revela. Puzo termina o livro sem resolver isso. Quando reli, fiquei pensando no que seria o segredo que Vito leva para o túmulo. O que levou Fredo a ser promíscuo? O que ele tinha de provar? Este cara é provavelmente um gay enrustido.
Por fim, para Winegardner, que já está escrevendo "A Vingança do Poderoso Chefão", a mais importante questão emocional de toda a saga ainda estava em aberto: o desejo de Michael de que a família fosse legítima."É o que move o personagem. O livro e os três filmes não a resolvem. No fim do segundo filme ele está mais distante ainda de seu sonho; no início do terceiro, 20 anos depois, vemos que ele conseguiu parcialmente, mas não há explicação de como isso aconteceu. Quando percebi isso, fiquei extremamente animado com a idéia de escrever a seqüência."
A tentativa de Michael Corleone de tirar sua família da ilegalidade, o aborto de sua mulher, Kay, a sexualidade de seu irmão, Fredo, Johnny Fontaine e sua conexão com a familia Corleone (baseado na amizade de Sinatra e Charlie “Lucky” Luciano), são algumas das pontas soltas deixadas para trás no livro "O Poderoso Chefão", e pelos três filmes inspirados na obra de Mario Puzo (1920-1999). Elas ajudaram o escritor americano Mark Winegardner a amarrar suas idéias para "A Volta do Poderoso Chefão", continuação feita por encomenda, que chega agora ao Brasil.Editor da Random House, Jonathan Karp, tentou convencer Puzo a escrever um novo capítulo da saga dos Corleone. O autor se recusou, mas deu carta branca para a família e a editora o fazerem, após sua morte, em 1999.
Há três anos, Karp, Tony Puzo, filho mais velho do autor, e o agente Neil Olson entraram em contato com alguns escritores, solicitando propostas. Winegardner, venceu o concurso.”Os filmes de Francis Ford Coppola tornaram os personagens de Puzo tão reais no imaginário das pessoas que tocar uma continuação seria como retomar fatos históricos. Com suas devidas limitações”. Comenta o autor.
Há três anos, Karp, Tony Puzo, filho mais velho do autor, e o agente Neil Olson entraram em contato com alguns escritores, solicitando propostas. Winegardner, venceu o concurso.”Os filmes de Francis Ford Coppola tornaram os personagens de Puzo tão reais no imaginário das pessoas que tocar uma continuação seria como retomar fatos históricos. Com suas devidas limitações”. Comenta o autor.
Situando o livro entre a segunda e terceira partes da trilogia no cinema, Winegardner conta que havia escolhas que não achava convincentes. Mas sabia que o leitor estaria familiarizado com elas e teria de respeitar isso. Como a decisão de Kay (Diane Keaton), de fazer aborto."Não acho que nos anos 50 a esposa católica de um mafioso poderia fazer um aborto. Então defendo que era mentira. Kay perdeu o filho e tinha medo de não poder sair do casamento, que não suportava mais, porque Michael jamais lhe daria o divórcio. Então ela mente, ele bate nela, fica chocado com a própria reação e acaba aceitando a separação.
"O escritor deu também um novo sopro de vida a Johnny Fontane, vozeirão ítalo-americano protegido por Don Corleone, um personagem que acabou tendo sua importância diminuída, sob pressão, por conta das comparações a Frank Sinatra, que chegou a agredir Puzo pela lembrança.Winegardner se aprofunda ainda nas águas turvas da sexualidade de Fredo, irmão de Michael. No original, conta o autor, há menção de que Fredo é um "filhinho da mamãe", que vai para Las Vegas, torna-se promíscuo e engravida dançarinas. "Há um momento em que o "consigliere" Tom Hagen fala de Fredo, e Don Corleone, pela primeira vez em todo o livro, xinga. Puzo diz apenas que é um palavrão em dialeto siciliano. Hagen percebe que o Don sabe algo de Fredo, mas não revela. Puzo termina o livro sem resolver isso. Quando reli, fiquei pensando no que seria o segredo que Vito leva para o túmulo. O que levou Fredo a ser promíscuo? O que ele tinha de provar? Este cara é provavelmente um gay enrustido.
Por fim, para Winegardner, que já está escrevendo "A Vingança do Poderoso Chefão", a mais importante questão emocional de toda a saga ainda estava em aberto: o desejo de Michael de que a família fosse legítima."É o que move o personagem. O livro e os três filmes não a resolvem. No fim do segundo filme ele está mais distante ainda de seu sonho; no início do terceiro, 20 anos depois, vemos que ele conseguiu parcialmente, mas não há explicação de como isso aconteceu. Quando percebi isso, fiquei extremamente animado com a idéia de escrever a seqüência."
Comentários
Abraço e dá-lhe Grêmio! =D
Mario Puzzo é um gênio! Se vc não conhece vale a pena Marcus. Recomendo e muito.