City of God

Cidade de Deus – Fernando Meirelles – 2002 (DVD)

Existe um pacto velado de que todos os filmes nacionais não deve receber criticas negativas. É o empurrão que os pseudo-jornalistas dizem que dá em nossa industria. Quando se trata de produções da Globo filmes então, é quase enfiado goela abaixo. Esse ano comemora-se 10 anos da retomada do cinema nacional, por ano são dezenas de lançamentos, mas nem sempre quantidade significa qualidade. Tirando alguns filmes que conta-se com os dedos de uma mão, o único motivo para comemorarmos essa data chama-se City of God.

Cidade de Deus é daqueles filmes que não fica devendo nada às grandes películas norte-americanas. E quando falo nada, é nada mesmo. Portanto, som, direção de arte e cenários, roteiro, fotografia, edição, direção e principalmente interpretação são do melhor nível possível nos padrões atuais. Não é a toa que a academia reconheceu isso e indicou o filme em 4 categorias das mais importantes, direção (Fernando Meirelles), fotografia (Cesar Chalone), edição (Daniel Rezende) e roteiro adaptado (Braulio Mantovani).

O filme de Fernando Meirelles é nosso único orgulho da retomada do cinema nacional, é o filme que indicamos para aquele nosso amigo norte-americano que vive se vangloriando de seu cinema. E os feitos do filme brasileiro mundo afora são no mínimo grandiosos. Na Inglaterra, City of God é considerado um dos 100 maiores filmes da história. Muitos críticos norte-americanos também apontam o filme nas suas listas. Depois de 3 anos, as personagens que fizeram história sumiram. É raro encontrar algum ator na enxurrada de filme nacional nas salas de exibição, Meirelles faz sua estréia em outubro aqui com o “estrangeiro” O Jardineiro Fiel, aguardadíssimo. Daniel Rezende e Cesar Chalone estão, também, cuidando de sua carreira internacional, mas os filmes escolhidos não fazem jus ao talento deles. Braulio Mantovani se rendeu a adaptação/continuação do filme às telinhas com Cidade dos Homens e prepara roteiro sobre o seqüestro do ônibus no Rio de Janeiro que acabou tragicamente com a morte da refém. É pouco para gente tão talentosa. Ta na hora de fazermos a retomada do cinema de Cidade de Deus.

“Dadinho é o caralho, meu nome agora é Zé Pequeno porra!”

Comentários

Museu do Cinema disse…
Legal, realmente é um filme violento, mas a violência é mostrada crua, a cena das crianças é muito forte!

Qual sua nacionalidade?