
Num famoso programa norte-americano de entrevistas, o crítico cultural, autor e professor David Kepesh discorre sobre o puritanismo estadunidense. Para ele, o inicio da civilização nos Estados Unidos se deu através de jogos sexuais, orgias, e festas regadas a bebidas, e obviamente, muito sexo nas aldeias. Até que outro grupo de puritanos destruísse todo o espaço. Isso voltou com força total nos anos 60, mas um novo problema acabou com a nova euforia, o casamento.
Kepesh, interpretado com a maestria de sempre por Ben Kingsley, é aquele acadêmico que usa o charme do doutrinar para seduzir suas alunas. Sua nova isca é Consuela, mais uma bola dentro de Penélope Cruz em Hollywood, uma linda estudante cubana. David, que abandonou a mulher e o filho Kenneth, que agora é um médico vivido por Peter Sarsgaard, vive na chamada “virilidade emancipada”, mas o ciúme e a possessão da provocativa Consuela o deixará sem o terreno seguro que adotou após os anos 60.
O mesmo livro soará diferente se lermos dez anos depois. Não foi o livro que mudou, e isso é o interessante deles.
Dirigido pela cineasta espanhola Isabel Coixet do filme A Vida Secreta das Palavras (2005), Elegy tem a sensibilidade feminina, misturada com a sagacidade masculina do premiado com o Pulitzer, Philip Roth, autor do livro que originou a película, The Dying Animal (O Animal Moribundo). Uma crítica que fica é a falta de um apelo sexual maior, já que no livro a personagem de Penélope é descrita quase como uma devassa.

Elegia: s. f., composição poética consagrada ao luto e à tristeza; antiga poesia, grega ou latina, em versos hexâmetros e pentâmetros alternados;Mús., composição vocal ou instrumental de carácter análogo ao das peças de poesia elegíaca.
8 comentários:
A Penélope Cruz é a atual querida da américa.
Desconhecia a obra e ficou ansioso para conferi-la. Gostei da resenha.
Dennis Hopper na melhor interpretação da carreira. Sério mesmo?
Abs!
Serissimo Ramon, o cara mata a pau no filme. É um filme sensacional, vale muito a pena!
Cassiano, eu gosto muito dos livros do Philip Roth e acho que ainda tenho que ver uma boa adaptação de suas obras ao cinema. Como ainda não assisti "Fatal", não posso dizer se este é o caso, mas o filme tem boas chances de me agradar já que é dirigido pela Isabel Coixet, que é uma profissional extremamente sensível e competente.
Kamila, realmente as adaptações das obras do ROth foram mediocres, mesmo que não goste de Fatal, já vai ter um filme melhor.
Ah, e como gosta tanto do Roth, esse livro é item obrigatório Kamila.
Ainda não li este livro no qual "Fatal" se baseou. Lendo seu texto, eu adorei a sinopse do filme e fiquei mesmo interessada em procurar o livro do Roth.
Vale a pena Kamila, e verás que a personagem da Penelope é muito mais polêmica.
Cassiano, esse filme parece ser belíssimo. Ben é sempre um trunfo, a meu ver. E Penelope está entre as mais talentosas da atualidade. Inclusive, há quem diga que sua indicação virá por Elegy e não por Vicky Cristina Barcelona.
Abs!!
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